Como Buscar Reparação por Danos à Honra e Dignidade Como Buscar Reparação por Danos à Honra e Dignidade

Indenização por Danos Morais: Como Buscar Reparação por Danos à Honra e Dignidade

Por Galvão & Silva Advocacia

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9 min de leitura

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A honra e a dignidade são valores fundamentais para a integridade de um indivíduo. Logo, quando esses valores são violados por ações difamatórias, caluniosas ou prejudiciais, a busca por reparação por danos à honra se torna não apenas uma opção, mas muitas vezes uma necessidade imperativa. 

Neste artigo, exploraremos as considerações mais importantes para aqueles que desejam iniciar o processo de busca por reparação por danos à honra. Além disso, examinaremos as opções disponíveis, incluindo as evidências necessárias e a importância de buscar orientação legal qualificada para obter justiça e restaurar a dignidade perdida. Confira!

Quais são os tipos de honra?

A legislação brasileira reconhece dois tipos de honra, que são protegidos e regulamentados por diferentes dispositivos legais. São elas:

  • Honra Objetiva: refere-se à reputação e à boa fama de uma pessoa no contexto social e profissional, ou seja, é o julgamento que a sociedade faz do indivíduo;
  • Honra Subjetiva: relaciona-se aos sentimentos de dignidade, autoestima e autorrespeito de uma pessoa. 

O que é dano à honra?

O dano à honra refere-se ao dano causado à reputação, dignidade e respeito de uma pessoa, o que é inviolável diante do artigo 5°, inciso X, da Constituição Federal. Nesse contexto, existem três principais categorias de dano à honra reconhecidas pela lei brasileira:

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Calúnia

A calúnia é um dos crimes contra à honra disciplinados no Código Penal brasileiro, o qual ocorre quando alguém faz uma acusação falsa e grave contra outra pessoa, imputando-lhe a prática de um crime. Dessa forma, para que a calúnia seja caracterizada, a alegação deve ser falsa e proferida com a intenção de prejudicar a reputação da pessoa caluniada. Vale destacar que este crime atinge a honra objetiva do indivíduo. Nesse sentido: 

Art. 138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

     Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

     § 1º – Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

     § 2º – É punível a calúnia contra os mortos.

Código Penal

Difamação 

Já a difamação ocorre quando alguém faz uma alegação falsa sobre outra pessoa que pode prejudicar sua reputação, mas que não envolve a imputação de um crime. Assim, a difamação também exige que a alegação seja falsa, além de ser realizada com o propósito de prejudicar a honra objetiva da vítima. Nesse sentido: 

 Art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

     Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Código Penal

Injúria 

A injúria refere-se a ofensas verbais ou escritas que atingem a dignidade ou o decoro de alguém, sem necessariamente envolver a divulgação de informações falsas. Assim, a injúria pode ocorrer por meio de palavras, gestos, escritos, desenhos ou qualquer outro meio que possa ofender a honra subjetiva da pessoa. Nesse sentido:

Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

     Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

     § 1º – O juiz pode deixar de aplicar a pena:

     I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

     II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

     § 2º – Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:

     Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a religião ou à condição de pessoa idosa ou com deficiência:       

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 

Código Penal

É possível exigir reparação por danos à honra?

Sim, é possível exigir reparação por danos à honra no Brasil. Isso porque a legislação brasileira prevê mecanismos legais para que indivíduos que tenham sofrido difamação, calúnia ou injúria, as quais prejudicaram sua honra e dignidade, possam buscar compensação pelos danos morais sofridos. Assim, o Código Civil brasileiro dispõe:

Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.

Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.

Código Civil

Todas essas formas de dano à honra são consideradas ilícitos civis e criminais no Brasil. Portanto, concluímos que as vítimas de calúnia, difamação ou injúria têm o direito de buscar reparação por danos à honra na esfera civil, bem como pode haver consequências criminais para os autores das declarações difamatórias, dependendo das circunstâncias do caso. 

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É importante salientar que a responsabilidade civil é um aspecto independente da responsabilidade criminal. No entanto, se no processo criminal as ações cometidas e a autoria forem comprovadas, esses fatos já não poderão ser questionados em uma ação civil de indenização, de acordo com o artigo 935 do Código Civil. Além disso, mesmo que a questão não prossiga no contexto criminal, ainda é possível entrar com uma ação de indenização, caso haja base para reivindicar reparação por danos à honra sofridos.

Vale observar também que uma pessoa jurídica, embora não tenha sentimentos individuais de autoestima, dignidade e decoro (honra subjetiva), possui um conceito de honra objetiva. Diante disso, conforme estabelecido na Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma pessoa jurídica pode, sim, ser prejudicada em sua reputação e credibilidade e, portanto, sofrer danos morais. No entanto, para que isso ocorra, a entidade precisa comprovar que houve um dano real à sua imagem perante terceiros, a ponto de afetar negativamente suas atividades comerciais. 

Como buscar indenização por danos morais à honra?

Buscar reparação por danos à honra no Brasil envolve um processo legal que pode ser complexo, mas pode ser realizado seguindo os seguintes passos essenciais:

  1. Consultar um advogado: o primeiro passo é consultar um advogado especializado em Direito Civil, visto que um profissional experiente em casos de danos morais poderá avaliar sua situação e orientá-lo sobre os próximos passos;
  1. Coletar evidências: é importante reunir todas as evidências relevantes que comprovem o dano à sua honra e dignidade. Isso pode incluir registros de mensagens difamatórias, testemunhas, capturas de tela, publicações online, e-mails ou qualquer outra prova que sustente sua alegação;
  1. Notificação extrajudicial: o advogado pode iniciar o processo enviando uma notificação extrajudicial para a parte responsável, informando sobre a ação pretendida e solicitando uma solução amigável, como um pedido de retratação ou remoção de conteúdo difamatório;
  1. Ação judicial: se a parte responsável não responder de maneira satisfatória ou se recusar a cooperar, seu advogado pode entrar com uma ação judicial de reparação por danos à honra. Isso envolverá a apresentação de uma petição inicial detalhando o caso, as alegações, as provas e a quantia de indenização desejada;
  1. Julgamento: o processo judicial prosseguirá com a notificação do réu e a apresentação de defesa, se for o caso. Posteriormente, o tribunal ou juiz irá analisar as evidências e argumentos de ambas as partes e tomar uma decisão sobre a reparação por danos à honra;
  1. Indenização: se a decisão for favorável ao autor da ação, o tribunal determinará o valor da indenização por danos morais a ser pago pelo réu. Contudo, o montante da indenização pode variar dependendo da gravidade do dano, do impacto na vida da vítima e de outros fatores relevantes;
  1. Cumprimento da sentença: uma vez que a decisão seja proferida, o réu deve cumprir com o pagamento da reparação por danos à honra, conforme determinado pelo tribunal.
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É importante ressaltar que cada caso é único, e os procedimentos podem variar de acordo com as circunstâncias específicas. Portanto, ter o auxílio de um advogado é fundamental para garantir que seu direito à reparação por danos morais à honra seja adequadamente protegido e buscado dentro das normas legais brasileiras.

Como provar os danos à honra e dignidade?

Comece documentando minuciosamente todas as circunstâncias relacionadas ao incidente que causaram danos à sua honra. Isso inclui datas, horários, locais e detalhes das pessoas envolvidas. Assim, mantenha registros de todas as comunicações relevantes, sejam elas escritas, eletrônicas ou verbais.

Além disso, se o dano ocorreu online, como em redes sociais, fóruns ou sites de avaliação, faça capturas de tela de todas as publicações difamatórias ou ofensivas, registrando a data e hora de cada uma. No mais, caso haja testemunhas que possam confirmar suas alegações, obtenha seus depoimentos por escrito ou, se possível, por meio de vídeo ou gravação de áudio. 

Ademais, salve e imprima todas as mensagens de texto, e-mails ou outras formas de comunicação relevantes para o caso, incluindo ameaças, insultos ou qualquer comunicação prejudicial à sua honra. Outrossim, se os danos morais resultaram em consequências físicas ou emocionais, procure um profissional de saúde para documentar seu estado, visto que laudos médicos podem servir como evidência do impacto sofrido.

Adicionalmente, apresente evidências de como os danos à sua honra afetaram sua vida, incluindo perda de emprego, oportunidades ou sofrimento emocional. Por outro lado, se possível, forneça informações sobre sua reputação anterior à difamação, mostrando como ela foi prejudicada após o incidente. 

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Qual a atuação do advogado em um processo de reparação por danos à honra?

É altamente recomendável contratar um advogado para iniciar um processo de reparação por danos à honra, uma vez que sua experiência é um diferencial para seguir os procedimentos legais corretamente, incluindo preencher documentos, apresentar ações judiciais e cumprir os prazos necessários. 

Além disso, esses profissionais especialistas também podem avaliar a força do seu caso e fornecer orientação sobre as chances de sucesso, aconselhando sobre a melhor estratégia para buscar reparação, seja por meio de negociação, mediação ou litigação. Diante disso, em muitos casos, uma resolução extrajudicial pode ser alcançada por meio de negociações, e um advogado pode representá-lo durante essas negociações para garantir que seus interesses sejam protegidos e que você obtenha um acordo justo. 

Além disso, se o caso de reparação por danos à honra avançar para o tribunal, um advogado experiente será fundamental para representá-lo perante um juiz, lidando com a coleta de evidências e provas necessárias, a apresentação de testemunhas e outros aspectos, aumentando suas chances de sucesso.

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No escritório de advocacia Galvão & Silva, nós priorizamos a prestação de serviços jurídicos com foco na eficiência, transparência e comprometimento com nossos clientes. Acreditamos que a advocacia deve ser acessível, compreensível e alinhada às reais necessidades de cada indivíduo ou empresa. Entre em contato conosco para discutir suas necessidades jurídicas quanto à reparação por danos à honra e obtenha orientação para todas as suas questões legais!

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Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15.
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Atualizado em 11 de janeiro de 2024

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