
Publicado em: 15/09/2025
Atualizado em:
A homologação de sentença estrangeira no STJ é o procedimento que valida no Brasil decisões judiciais proferidas no exterior. Somente após a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça a sentença passa a ter eficácia jurídica em território nacional.
Esse procedimento é fundamental em um contexto globalizado, no qual pessoas e empresas frequentemente se relacionam além das fronteiras nacionais. Situações como divórcios internacionais, contratos empresariais e inventários que envolvem bens no Brasil só produzem efeitos legais após a homologação no STJ.
Sem esse reconhecimento, a decisão estrangeira permanece ineficaz em território nacional, impossibilitando sua execução ou utilização como prova em processos internos. Por isso, compreender como funciona a homologação de sentença estrangeira é essencial para garantir segurança jurídica e evitar litígios complexos.
Quando a homologação é necessária?
A homologação é indispensável sempre que uma decisão estrangeira precisa produzir efeitos no Brasil. Isso significa que o simples reconhecimento no país de origem não basta para que tenha validade em território nacional.
Esse processo é fundamental em situações que envolvem divórcios internacionais, disputas empresariais, heranças com bens no Brasil e decisões de cobrança proferidas no exterior. Sem homologação, a sentença não pode ser executada nem gerar efeitos jurídicos.
Em resumo, toda vez que a decisão proferida por tribunal estrangeiro afetar direitos, deveres ou patrimônio localizado no Brasil, será obrigatória a homologação pelo STJ.
Principais obstáculos na homologação de sentença estrangeira
Embora seja um procedimento técnico, a homologação de sentença estrangeira pode enfrentar entraves que atrasam ou até inviabilizam o reconhecimento. Muitos deles estão relacionados à documentação e ao atendimento dos requisitos legais exigidos pelo STJ.
Essas barreiras podem comprometer o processo se não forem observadas com cuidado. Por isso, é essencial compreender os principais obstáculos que surgem e como cada um pode impactar diretamente a homologação.
Obstáculo | Consequência prática no processo |
Falta de tradução juramentada | Indeferimento do pedido |
Violação da ordem pública | Rejeição da homologação |
Falta de trânsito em julgado | Processo não homologado |
Ausência de citação válida | Pedido considerado irregular |
Com o apoio de um advogado especializado, esses problemas podem ser antecipados e solucionados antes mesmo da análise do STJ. A preparação adequada evita atrasos e aumenta as chances de êxito no processo.
Dessa forma, contar com orientação profissional não é apenas recomendável, mas indispensável para garantir que a homologação seja concluída com segurança jurídica e eficiência.
Quais decisões estrangeiras podem ser homologadas?
Nem todas as sentenças proferidas fora do Brasil necessitam de homologação. Apenas aquelas que pretendem produzir efeitos jurídicos em território nacional precisam passar pelo crivo do STJ.
- Divórcios e dissolução de união estável: reconhecimento do fim do vínculo no Brasil;
- Decisões de guarda e alimentos: regulação de pensão alimentícia e guarda de filhos;
- Cobranças e indenizações: sentenças condenatórias em valores;
- Inventários e partilhas: quando envolvem bens localizados em território brasileiro.
Esses são apenas exemplos mais comuns. O importante é que a sentença, além de ter sido proferida validamente no país de origem, seja compatível com a ordem pública brasileira.
Requisitos legais para homologação de sentença estrangeira
O artigo 105, I, “i”, da Constituição Federal atribui ao STJ a competência exclusiva para homologar sentenças estrangeiras. Além disso, o Regimento Interno do STJ traz requisitos específicos para o procedimento.
Entre os requisitos, destacam-se:
- A sentença deve ter transitado em julgado no país de origem;
- Os documentos precisam ser traduzidos por tradutor público juramentado no Brasil;
- Deve haver prova de citação válida da parte ré no processo estrangeiro;
- O conteúdo da sentença não pode ofender a soberania ou a ordem pública nacional.
Essas exigências servem para garantir que apenas decisões legítimas, compatíveis com os princípios do ordenamento jurídico brasileiro, recebam reconhecimento.
Passo a passo do processo de homologação no STJ
Para que uma decisão proferida no exterior produza efeitos no Brasil, é indispensável submetê-la ao rito de homologação perante o STJ. Por se tratar de procedimento técnico e formal, a representação por advogado é exigida, com verificação de regularidade processual, autenticidade documental e compatibilidade com a ordem pública.
A preparação começa antes do protocolo: reúna a íntegra da decisão, a certidão de trânsito em julgado e demais peças essenciais, providenciando tradução juramentada e, quando cabível, legalização/apostila. Essa organização prévia reduz exigências, evita retrabalho e diminui o risco de indeferimento.
- Reunião de documentos da decisão estrangeira;
- Tradução juramentada no Brasil;
- Protocolo do pedido no STJ, representado por advogado;
- Análise da documentação pela Presidência do STJ;
- Parecer da Procuradoria-Geral da República;
- Julgamento pelo Pleno do STJ.
A tramitação pode parecer burocrática, mas cumpre a função de garantir validade e eficácia da decisão estrangeira em território nacional. Eventuais falhas documentais, citação irregular ou traduções inadequadas tendem a gerar exigências, atrasos ou negativa de homologação.
Com planejamento e acompanhamento técnico, o procedimento torna-se previsível e eficiente. A atuação de advogado com experiência no STJ é decisiva para mitigar riscos, cumprir requisitos formais e assegurar que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil com segurança jurídica.
Documentos exigidos para o pedido de homologação
A homologação exige documentação completa e organizada. A ausência de documentos pode atrasar ou até impedir o reconhecimento da sentença.
- Original ou cópia autenticada da decisão estrangeira;
- Prova do trânsito em julgado no país de origem;
- Tradução juramentada dos documentos;
- Procuração outorgada ao advogado constituído.
Esses documentos são analisados criteriosamente pelo STJ, e qualquer inconsistência pode comprometer o resultado. Por isso, a atuação de um profissional experiente faz toda a diferença para evitar erros.
Por que escolher o escritório Galvão & Silva Advocacia para atuar no STJ
A homologação de sentença estrangeira exige conhecimento técnico aprofundado e experiência em Direito Internacional e Processual Civil. O escritório Galvão & Silva Advocacia atua de forma personalizada, garantindo que cada detalhe do processo seja conduzido corretamente.
Nossa equipe possui diversas áreas de atuação e acompanha desde a análise da sentença estrangeira até a tramitação do pedido no STJ, prevenindo falhas documentais e fortalecendo as chances de êxito. Atuamos sempre pautados pela ética profissional e pelo compromisso de proteger os interesses do cliente.
Se você precisa reconhecer no Brasil uma decisão proferida no exterior, não arrisque sua segurança jurídica. Clique aqui para entre em contato e fale com um advogado especialista em homologação de sentença estrangeira.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.