
Publicado em: 29/09/2025
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Os crimes contra a fé pública são infrações penais que atentam contra a confiança coletiva em documentos, moedas e símbolos oficiais, afetando a credibilidade das relações jurídicas e sociais.
A fé pública é o fundamento da confiança social em documentos, certidões, moedas e sinais oficiais emitidos pelo Estado. Ela também se aplica a funções dotadas de fé pública, que reforçam a credibilidade de atos perante a sociedade. Quando há fraude ou falsificação, toda a coletividade é afetada.
Por esse motivo, o Código Penal trata esses crimes com especial rigor, impondo penas severas e duradouras. Condutas como falsificação de documentos, fabricação de moeda falsa e uso de sinal público adulterado podem gerar reclusão e multas significativas, acompanhando o condenado por toda a vida.
Principais crimes contra a fé pública no Código Penal
Os crimes contra a fé pública estão previstos nos arts. 289 a 311 do Código Penal Brasileiro. Eles visam proteger a confiança da sociedade em documentos, moedas e atos oficiais.
Trata-se de delitos que não afetam somente indivíduos, mas o próprio funcionamento do Estado e do sistema de justiça. Entre os principais exemplos, destacam-se:
- Moeda falsa (art. 289): falsificação ou circulação de moeda nacional ou estrangeira;
- Falsificação de documento público ou particular (arts. 297 e 298);
- Uso de documento falso (art. 304);
- Falsidade ideológica (art. 299);
- Selo ou sinal público falsificado (art. 296).
Essas condutas comprometem a confiança social, e por isso a lei impõe penas severas, que podem variar de multa a reclusão de até 12 anos, conforme a gravidade da infração.
Diferença entre falsidade material e falsidade ideológica
Na falsidade material, ocorre alteração física do documento: alguém modifica ou cria um documento falso para enganar terceiros. Já na falsidade ideológica, o documento é verdadeiro em sua forma, mas contém informações falsas inseridas para gerar vantagem ilícita.
Aspecto | Falsidade Material | Falsidade Ideológica |
Natureza | Alteração física ou criação de documento falso | Inserção de informação falsa em documento real |
Exemplo | Falsificação de carteira de identidade | Declaração falsa em contrato ou certidão |
Base legal | Arts. 297 e 298 do Código Penal | Art. 299 do Código Penal |
Pena | Reclusão de até 6 anos (documento público) | Reclusão de até 5 anos (documento público) |
Essa distinção é relevante porque impacta na tipificação do crime e na pena aplicável. O art. 299 do Código Penal prevê reclusão de até 5 anos quando há falsidade ideológica em documento público, demonstrando a gravidade da conduta.
Como funciona o processo de apuração desses crimes?
A apuração dos crimes contra a fé pública segue o rito penal comum, mas com especial atenção à análise técnica de documentos e moedas.
O objetivo é verificar a autenticidade do material e identificar indícios de falsificação ou fraude que possam comprometer a confiança coletiva.
- Notícia-crime ao órgão policial ou ao Ministério Público;
- Inquérito policial instaurado para coleta de provas;
- Perícias técnicas e demais diligências de investigação;
- Relatório policial encaminhado ao MP;
- Denúncia do MP ao juízo competente ou arquivamento;
- Recebimento da denúncia e citação do acusado;
- Instrução com provas, testemunhas e interrogatório;
- Alegações finais das partes;
- Sentença (absolvição ou condenação), com possibilidade de recursos.
Esse fluxo assegura que o processo seja conduzido com transparência, respeitando o contraditório e a ampla defesa previstos no art. 5º, LV da Constituição Federal. Dessa forma, busca-se punir a fraude sem comprometer as garantias fundamentais do acusado.
Quais são as consequências de uma condenação?
As penas para crimes contra a fé pública variam conforme a gravidade da conduta, mas em geral incluem reclusão, multa e registro criminal que dificulta o exercício de funções públicas.
A própria Polícia Federal realiza operações de grande repercussão para apurar esse tipo de delito, como destacou em investigação recente sobre crimes contra a fé pública.
Além disso, uma condenação pode impactar diretamente a reputação social e profissional do indivíduo. Em situações mais graves, o condenado fica impedido de assumir cargos públicos ou de confiança, comprometendo sua trajetória pessoal e profissional.
Essas consequências reforçam a importância da prevenção e da atuação estratégica em processos que envolvem crimes contra a fé pública. Contar com defesa qualificada pode ser decisivo para evitar prejuízos irreparáveis.
Absolvição em processo de falsificação de documento público
Um servidor público foi acusado de falsificação de documento oficial, após suspeita de adulteração em certidões utilizadas em procedimento administrativo. A denúncia poderia resultar em condenação grave, com pena de reclusão e perda do cargo público.
O escritório Galvão & Silva Advocacia assumiu a defesa e demonstrou, por meio de perícia independente e análise técnica, que o documento questionado não havia sido alterado. Também foi possível comprovar falhas na cadeia de custódia das provas apresentadas pela acusação.
Ao final do processo, o juiz reconheceu a ausência de elementos para a condenação e absolveu o servidor de todas as acusações. O caso reforça como uma defesa bem estruturada em crimes contra a fé pública pode ser decisiva para preservar a liberdade, a carreira e a reputação de quem responde a esse tipo de processo.
Como o escritório Galvão & Silva Advocacia pode te ajudar em casos de crimes contra a fé pública?
O escritório Galvão & Silva Advocacia atua com experiência em casos complexos, oferecendo defesa técnica em investigações e processos relacionados a crimes contra a fé pública. Nosso trabalho é pautado pela análise detalhada das provas e pela busca da melhor estratégia para cada cliente.
Além disso, contamos com uma equipe multidisciplinar que atua em diversas áreas de atuação, o que permite uma abordagem integrada quando o processo envolve aspectos administrativos, criminais ou empresariais. Essa visão ampla aumenta as chances de um resultado favorável.
Se você está sendo investigado ou já responde a um processo, não enfrente essa situação sozinho. Entre em contato com o escritório Galvão & Silva Advocacia e tenha ao seu lado advogados especializados, prontos para proteger sua liberdade, sua reputação e seus direitos.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.