
Publicado em: 02/07/2021
Atualizado em:
Bloqueio judicial é uma medida legal que congela bens ou valores, como contas bancárias e imóveis, para garantir o pagamento de dívidas em processos judiciais. Seu objetivo é proteger o credor e impedir que o devedor se desfaça do patrimônio até a resolução da ação.
O bloqueio judicial de contas é uma realidade que pode afetar tanto pessoas físicas quanto empresários. Em muitos casos, o impacto vai além da perda momentânea de acesso ao dinheiro, gerando dificuldades na manutenção das despesas básicas ou no funcionamento de uma empresa.
Essa medida costuma surgir em estágios avançados de disputas judiciais, quando já existe uma dívida reconhecida e em fase de execução. Por isso, compreender como funciona e quais direitos e alternativas existem é essencial para enfrentar a situação com segurança jurídica.
O que é bloqueio judicial?
O bloqueio judicial é uma medida determinada pelo Poder Judiciário para restringir o acesso de uma pessoa ou empresa a determinados bens ou valores. Normalmente, ocorre em processos judiciais em que há cobrança de dívidas, pensão alimentícia ou disputas patrimoniais.
Essa medida tem como objetivo garantir que, ao final do processo, exista patrimônio suficiente para satisfazer uma futura decisão judicial. Pode recair sobre contas bancárias, imóveis, veículos ou outros bens de valor econômico.
O bloqueio judicial é regulado pela legislação processual civil e deve ser realizado dentro de critérios legais, respeitando o direito de defesa. Assim, trata-se de um mecanismo de proteção para credores, mas também sujeito a contestação quando aplicado de forma excessiva ou irregular.
Como funciona o bloqueio judicial?
O bloqueio judicial segue um fluxo organizado, com etapas formais que garantem transparência e segurança ao processo. Entender cada fase ajuda o devedor a saber quais são seus direitos e como agir de forma estratégica. O bloqueio segue etapas bem definidas. Veja o passo a passo simplificado:
- Determinação judicial: o juiz emite ordem de bloqueio em processo de cobrança, execução fiscal, trabalhista ou cível.
- Sistema BacenJud: o Banco Central localiza as contas ligadas ao CPF ou CNPJ do devedor e efetua o bloqueio.
- Congelamento de valores: pode ser total ou parcial, limitado ao valor da dívida. Há exceções legais, como conta-salário, aposentadoria e poupança até 40 salários mínimos (valores impenhoráveis).
- Notificação ao devedor: o banco comunica ao correntista sobre o bloqueio e informa o número do processo e valores envolvidos.
- Conta judicial: os valores ficam retidos até ordem de desbloqueio ou transferência ao credor.
- Possibilidade de recurso: o devedor pode contestar o bloqueio, apresentar defesa e negociar pagamento ou acordo.
Compreender esse trâmite é fundamental para que a parte afetada não seja pega de surpresa. Com apoio jurídico especializado, é possível avaliar alternativas legais e reduzir os prejuízos causados pelo bloqueio.
O bloqueio judicial se aplica a novos valores que entram na minha conta?
Sim, novos depósitos podem ser bloqueados se ainda houver saldo devedor. Contudo, não existe bloqueio antecipado, o valor só é atingido depois que entra na conta. Na prática, o credor costuma solicitar novos bloqueios assim que identifica movimentações financeiras.
Quanto tempo dura um bloqueio judicial na conta bancária?
De modo geral, não há prazo fixo. A duração depende do andamento do processo, do valor da dívida e da cooperação das partes. Mesmo após decisão de desbloqueio, o banco pode levar alguns dias para liberar os recursos, pois precisa receber ordem formal do juízo.
Principais motivos que levam a um bloqueio judicial de conta
O bloqueio judicial geralmente decorre de dívidas já consolidadas e reconhecidas em processos judiciais. Nesses casos, a medida busca garantir que o credor receba os valores devidos, evitando a dilapidação do patrimônio do devedor. As situações mais comuns envolvem:
- Dívidas bancárias: empréstimos, financiamentos ou contratos de cartão de crédito em atraso podem resultar em bloqueio judicial, já que os bancos podem acionar a Justiça para recuperar os valores devidos.
- Dívidas fiscais: impostos não pagos, como IPTU, IPVA ou tributos federais, podem gerar execução fiscal. Nesses casos, a Fazenda Pública pode solicitar o bloqueio de contas para assegurar a quitação do débito.
- Dívidas trabalhistas: descumprimento de obrigações trabalhistas, como pagamento de salários, verbas rescisórias ou indenizações, frequentemente leva a bloqueios para garantir que o trabalhador receba seus direitos.
- Pensão alimentícia: o não pagamento da pensão pode levar ao bloqueio imediato de valores, pois a lei prioriza a subsistência dos dependentes.
- Danos indenizatórios: condenações em ações cíveis por acidentes, contratos ou danos morais podem gerar bloqueio de bens e contas para garantir o cumprimento da sentença.
Ainda que a dívida esteja reconhecida, o devedor tem direito ao contraditório e à ampla defesa antes da efetivação do bloqueio. Por isso, é essencial avaliar o processo com cautela e contar com orientação jurídica para buscar alternativas legais.
Quais tipos de contas e bens podem ser bloqueados judicialmente?
O bloqueio judicial pode atingir diferentes bens e valores do devedor, sempre respeitando as regras de impenhorabilidade previstas em lei. A medida busca garantir o pagamento da dívida, mas sem comprometer totalmente a subsistência da pessoa ou a continuidade da atividade empresarial.
Entre os principais alvos, destacam-se:
- Conta corrente e poupança: salvo a impenhorabilidade de até 40 salários mínimos em poupança.
- Investimentos: aplicações financeiras e fundos, exceto previdência com caráter alimentar.
- Veículos: restrição de circulação e venda via Renajud.
- Imóveis: indisponibilidade no cartório de registro.
- Contas empresariais: podem sofrer bloqueio parcial, preservando recursos para salários e despesas essenciais.
Assim, ainda que o bloqueio seja uma medida severa, a legislação garante limites e exceções para equilibrar a satisfação do credor e a proteção mínima ao devedor.
Contas com valores de pensão alimentícia podem ser bloqueadas?
A pensão alimentícia e todos os recursos de natureza alimentar possuem prioridade legal em relação a outras categorias de dívidas. Esses valores são indispensáveis à subsistência, cobrindo despesas como moradia, alimentação e saúde, consideradas necessidades básicas pela jurisprudência.
Por esse motivo, valores de pensão alimentícia ou quaisquer recursos destinados à manutenção da vida não podem ser bloqueados judicialmente. No entanto, a proteção é restrita ao montante comprovadamente destinado a fins alimentares, sendo necessário comprovar sua natureza no processo.
Quais contas não podem ser bloqueadas judicialmente?
Determinados valores são legalmente protegidos contra bloqueio judicial, pois têm caráter alimentar ou de subsistência. Essa proteção busca assegurar que o devedor mantenha condições mínimas de dignidade mesmo em meio a um processo de cobrança.
De acordo com a legislação brasileira, não podem ser bloqueadas:
- Conta-salário: valores provenientes de remuneração direta.
- Aposentadoria e pensão: recursos previdenciários com caráter alimentar.
- Auxílios e subsídios governamentais: programas sociais destinados à subsistência.
- Poupança até 40 salários mínimos: considerada impenhorável pelo Código de Processo Civil.
Essas regras garantem que recursos essenciais ao sustento do indivíduo e de sua família sejam preservados. No entanto, é necessário comprovar a natureza dos valores para evitar bloqueios indevidos.
Recebi um bloqueio judicial. E agora? O que fazer?
Ao ser surpreendido com um bloqueio judicial, é essencial agir com rapidez e estratégia para evitar maiores prejuízos. O primeiro passo é compreender a origem da ordem e buscar orientação jurídica especializada, já que erros podem comprometer seus direitos. Confira o passo a passo:
- Verifique a origem: peça ao banco os dados do processo e os valores bloqueados.
- Consulte um advogado: especialista em direito cível ou bancário poderá avaliar se o bloqueio foi correto.
- Negocie ou pague a dívida: regularizar a situação pode agilizar o desbloqueio.
- Peça o desbloqueio: caso haja ilegalidade ou impenhorabilidade, o advogado pode requerer judicialmente a liberação dos valores.
Agir sozinho pode aumentar riscos e atrasar a solução. Contar com um advogado especializado garante que seus direitos sejam resguardados e que as medidas mais eficazes sejam tomadas desde o início.
Como tirar o bloqueio judicial de conta?
Caso sofra um bloqueio indevido, a primeira ação a ser tomada é entrar em contato com o banco e coletar o maior número de informações possíveis.
Com as informações reunidas, o segundo passo é entrar em contato com um advogado especialista em bloqueios judiciais, que vai apresentar perante a justiça todas as provas que confirmam que o bloqueio foi feito de forma indevida.
Portanto, se você precisa de um advogado cível especialista para tratar do seu caso, pode entrar em contato diretamente conosco! Nossa equipe estará à sua disposição!
Como posso proteger meu dinheiro de um bloqueio judicial?
A forma mais eficaz de proteger seu dinheiro contra bloqueio judicial é evitar a inadimplência. O Código Civil (art. 389) estabelece que o devedor responde por perdas e danos, juros e correção monetária em caso de atraso no cumprimento da obrigação, o que reforça a importância de manter os compromissos em dia.
“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros, atualização monetária e honorários de advogado.”
Quando a dívida já existe, é possível buscar renegociação com o credor, firmando acordos que evitem medidas judiciais mais graves, como o bloqueio de contas e bens. O planejamento financeiro também é essencial, garantindo previsibilidade para quitar débitos e reduzir riscos de execução judicial.
Além disso, aplicar princípios básicos de educação financeira ajuda a prevenir novas dívidas e manter a estabilidade. Se você enfrenta risco de bloqueio judicial ou já teve valores retidos, entre em contato com o escritório Galvão & Silva Advocacia e conte com orientação jurídica especializada para proteger seu patrimônio.
Posso consultar a situação de um bem bloqueado?
Sim, a situação de um bem bloqueado pode ser verificada diretamente no órgão responsável pela regulamentação e fiscalização daquele patrimônio. Por exemplo, no caso de veículos, a consulta deve ser feita junto ao Detran da região.
Como existem diferentes órgãos para cada tipo de bem, imóveis, veículos, contas bancárias ou aplicações financeiras, a consulta pode se tornar complexa. Por isso, é recomendável solicitar essa verificação ao seu advogado de confiança, garantindo informações claras e seguras sobre o bloqueio.
Para quem vale a pena fazer uma tentativa de anular o bloqueio judicial?
Como observado ao longo deste artigo, o bloqueio judicial normalmente acontece no contexto de ações de execução ou já em fase de exequibilidade. Em termos mais simples, significa que a discussão sobre a existência da dívida já foi superada, e o foco passa a ser apenas a garantia do pagamento da sentença.
Por isso, sempre orientamos clientes e interessados a refletirem sobre duas perguntas essenciais:
- O bloqueio está sendo feito de maneira inadequada?
- O bloqueio é de um valor significativo o suficiente para compensar todo o desgaste judicial?
Para que valha a pena pleitear pela anulação de um bloqueio, ao menos uma dessas respostas precisa ser positivamente confirmada. Caso contrário, os custos e o tempo do processo podem acabar sendo mais prejudiciais do que o próprio bloqueio, que se limita ao valor efetivamente devido.
Retirando um bloqueio judicial e recorrendo a bloqueio indevido
O desbloqueio da conta judicial ocorre quando o débito é pago e essa quitação é devidamente comprovada no processo. Nessa situação, o juiz solicita o desbloqueio ao Banco Central, que notifica as instituições financeiras para que os valores sejam liberados ao correntista.
Em alguns casos, pode ocorrer o bloqueio indevido da conta corrente, seja por erro no CPF ou CNPJ informado, por falha judicial ou até pela tentativa de bloquear bens impenhoráveis, como conta-salário, aposentadorias, pensões e poupança até 40 salários mínimos. Esses recursos têm natureza alimentar e são protegidos pela legislação brasileira, não podendo ser usados para quitar dívidas.
Perguntas frequentes sobre bloqueio judicial
Selecionamos as perguntas mais recorrentes sobre bloqueio judicial para esclarecer pontos práticos que geram dúvidas em nossos clientes. A seguir, você confere respostas diretas sobre duração do bloqueio, valores mínimos, penhora de empréstimos, contas bloqueadas por engano e muito mais.
Quantos anos pode durar um bloqueio judicial?
Um bloqueio judicial pode durar de meses a vários anos, pois não há prazo fixo em lei. A duração depende do andamento do processo e das decisões judiciais aplicadas ao caso.
Qual o valor mínimo que pode ser bloqueado judicialmente?
A lei não define valor mínimo específico para bloqueio judicial. Entretanto, é vedada a penhora de quantias que comprometam a subsistência do devedor, garantindo o direito a necessidades básicas.
Valor congelado significa que o valor será transferido para o credor?
Não. O valor congelado permanece na conta até ordem judicial. Ele só será transferido ao credor após autorização do juiz, podendo ser contestado com atuação jurídica adequada.
Novos empréstimos podem ser bloqueados?
Sim, novos valores ou empréstimos podem ser bloqueados, se ainda houver saldo devedor. No entanto, recursos de natureza alimentar (como pensão e salário) são impenhoráveis por lei.
Como desbloquear uma conta?
Em caso de bloqueio indevido, é essencial a atuação de um advogado, que solicitará ao juiz a reversão da medida. O desbloqueio só ocorre após a ordem judicial ser comunicada ao banco.
O processo de desbloqueio de bens no escritório Galvão & Silva Advocacia
O escritório Galvão & Silva Advocacia atua em diversas áreas de atuação, com destaque para o direito bancário, cível e de família. Nesses campos, oferecemos suporte estratégico em situações que envolvem bloqueios judiciais de contas, bens ou empresas, garantindo que cada cliente tenha sua demanda analisada de forma individualizada.
Nossa experiência em direito de família é essencial em casos de bloqueio judicial ligados à pensão alimentícia e partilha de bens em divórcios, sempre assegurando que os direitos dos envolvidos sejam respeitados e que a solução ocorra de forma justa e equilibrada.
Se você está enfrentando um bloqueio judicial e deseja uma solução segura, entre em contato com o escritório Galvão & Silva Advocacia. Nossa equipe especializada, com atuação em diferentes áreas do Direito, oferece consultoria personalizada para proteger seu patrimônio e assegurar a conformidade legal em todas as etapas do processo.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.
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