Omissão de Rendimento: Penalidades e Como Evitar Problemas com a Receita Federal

Omissão de Rendimento: Penalidades e Como Evitar Problemas com a Receita Federal

05/11/2024

10 min de leitura

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A omissão de rendimentos ocorre quando um contribuinte deixa de declarar à Receita Federal os ganhos obtidos em determinado período. Essa prática pode resultar em penalidades fiscais e legais, incluindo multas e processos por sonegação, afetando a regularidade fiscal do indivíduo ou empresa.

Este artigo explora a omissão de rendimento no contexto tributário brasileiro, abordando as características e previsões previstas para pessoas físicas e jurídicas que não declaram corretamente seus rendimentos. Serão discutidos os métodos de fiscalização da Receita Federal, as principais diferenças entre a omissão de rendimentos e a sonegação fiscal, e as medidas que podem ser impostas para regularizar os rendimentos omitidos.

A omissão de rendimentos, seja você uma pessoa física ou jurídica, é um assunto sério no Brasil. Vamos entender o que isso significa na prática, como a Receita Federal investiga esses casos e quais as consequências para quem não declara tudo o que ganha. Por exemplo, se você recebeu um dinheiro extra com a venda de um carro e não incluiu esse valor na sua declaração do Imposto de Renda, você está omitindo rendimentos. Ou então, se uma empresa não declarar todos os seus lucros, ela está cometendo o mesmo tipo de irregularidade.

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O que caracteriza a omissão de rendimento segundo a legislação

A legislação brasileira estabelece que todas as receitas devem ser informadas à Receita Federal do Brasil todos os anos. Quando um indivíduo não informa todos os seus ganhos à Receita Federal do Brasil, está infringindo a legislação. Isso é conhecido pela legislação brasileira como omissão de rendimentos, quando se trata de indivíduos. A penalidade legal para a ocultação de ganhos é a cobrança de Imposto de Renda sobre todos os ganhos omitidos. 

A omissão de rendimento é definida pela ausência total ou parcial de declaração de valores que deveriam compor a base de cálculo do Imposto de Renda, segundo o Código Tributário Nacional (CTN) e as regulamentações da Receita Federal. Para a Receita Federal, a omissão ocorre tanto pela falta de declaração de rendimentos quanto pela subdeclaração (informação de menores do que os ganhos recebidos).

Alguns exemplos de omissão de rendimento:

  • Rendimentos de trabalho independentes não declarados, como honorários, advocatícios ou comissões.
  • Rendimentos de aluguel, que muitas vezes são omitidos, especialmente quando não há contrato formal.
  • Ganhos de capital, como as receitas de venda de bens imóveis ou móveis, quando o valor da venda não for declarado.

A legislação, especialmente o art. 138 do Código Tributário Nacional (CTN), também prevê a possibilidade de retificação para evitar prejuízos graves, o que caracteriza a omissão sem intenção de fraude. 

Dessa forma, a responsabilidade é eliminada através da denúncia voluntária da infração, que deve ser acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto devido e dos juros de mora, ou do depósito do valor determinado pela autoridade administrativa, caso o valor do imposto necessite de apuração.

No entanto, quando há omissão intencional, a questão toma caráter de sonegação fiscal.

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Penalidades previstas para casos de omissão de rendimento

As providências para omissão de rendimento variam conforme a gravidade e a frequência da infração:

  • Multa de Ofício: é a alíquota básica aplicada em casos de omissão simples, ou seja, quando não há indícios de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte. Neste caso, a multa corresponde a 75% do valor.

No entanto, a multa aumenta para 150% quando há indícios de dolo, fraude ou simulação, o que significa que o contribuinte agiu de forma intencional para ocultar seus rendimentos e sonegar impostos.

  • Juros de Mora: é uma forma de compensação financeira que o contribuinte deve pagar à Receita Federal quando há atraso no pagamento de um tributo, como o Imposto de Renda. No caso da omissão de rendimentos, os juros de mora incidem sobre o valor do imposto devido a partir da data em que ele deveria ter sido pago.

O cálculo dos juros de mora é feito com base em uma taxa de juros definida pela legislação, que geralmente é a taxa Selic (taxa básica de juros da economia). Essa taxa pode variar ao longo do tempo, e o valor final dos juros dependerá do período de atraso no pagamento.

  • Multa por Atraso na Declaração : pode ser aplicada quando o contribuinte entrega a declaração fora do prazo, variando entre 1% e 20% do imposto devido, com um valor mínimo de R$ 165,74.

Para infrações mais graves e recorrentes, pode haver encaminhamento para procedimentos criminais, conforme o art. 1º da Lei nº 8.137/90, que tipifica a sonegação fiscal como crime, impedindo a reclusão de seis meses a dois anos.

Como a receita federal identifica a omissão de rendimento

A Receita Federal possui um sistema complexo e eficiente para identificar casos de omissão de rendimento, ou seja, quando um contribuinte deixa de declarar algum tipo de renda na sua declaração do Imposto de Renda. Assim, ela utiliza métodos sofisticados para identificar omissões de rendimento, incluindo:

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Cruzamento de informações

Os índices de dados fiscais, bancários e comerciais permitem à Receita detectar discrepâncias entre os valores informados pelo tributário e aqueles declarados por fontes pagadoras. Esses critérios são feitos com o apoio de ferramentas como o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e a e-Financeira, que facilitam a coleta de dados em tempo real.

Acompanhamento de denúncias

A Receita Federal também analisa denúncias de terceiros, como funcionários ou parceiros comerciais, que podem informar a não declaração de valores.

Programas de inteligência fiscal

Ferramentas de análise avançadas, como Big Data e inteligência artificial, são usadas para identificar padrões suspeitos, direcionando auditorias fiscais a contribuintes com maiores chances de omissão ou inconsistência.

Essas práticas permitem a receita de um monitoramento constante e a aplicação de deliberações quando irregularidades são confirmadas.

Medidas legais para regularizar rendimentos omitidos

Quando há omissão de rendimento, é possível regularizar a situação através das seguintes medidas legais:

Declaração retificadora

O contribuinte pode concordar com os erros ou omissões na declaração por meio da declaração retificadora , uma ferramenta prevista no próprio sistema da Receita Federal. A retificação enviada permite corrigir os dados e evitar multas adicionais, desde que feitas antes de qualquer procedimento de fiscalização.

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Adesão a programas de parcelamento

Nos casos em que há imposto devido, o contribuinte pode optar pelo pagamento em parcelas, reduzino rapidamente o impacto financeiro. Programas especiais de parcelamento, como o Refis , também são uma alternativa para regularização.

Confissão de dívida

É possível confessar a dívida tributária para negociar condições de pagamento e evitar o agravamento de multas e juros. A confissão permite que o contribuinte se manifeste a inteiro.

Diferenças entre omissão de rendimentos e sonegação fiscal

A omissão de rendimentos é o ato de não declarar à Receita Federal todos os rendimentos obtidos em um determinado período. Trata-se de um termo mais abrangente e pode incluir pequenos erros na declaração até a omissões intencionais de grandes valores, tendo como consequências o recebimento de multas, juros e, em casos mais graves, a inscrição em dívida ativa.

Já a sonegação fiscal, sendo um crime mais específico e grave, é caracterizada pela intenção de fraudar o fisco, ou seja, de ocultar deliberadamente rendimentos para evitar o pagamento de impostos. Para caracterizar a sonegação fiscal, é necessário que haja dolo (intenção de fraudar) e um ato concreto de ocultação ou falseamento de informações. As consequências da sonegação fiscal são mais severas, podendo incluir, além das penalidades administrativas, a responsabilização criminal do contribuinte, com penas de detenção e multa.

A legislação distingue entre os dois casos, considerando a omissão como uma infração administrativa e a sonegação como uma infração penal mais grave.

Omissão de rendimentos: consequências para pessoas físicas e jurídicas

A omissão de rendimentos, ou seja, a não declaração de todos os ganhos obtidos em um determinado período, é uma prática ilegal e pode acarretar diversas consequências para pessoas físicas e jurídicas.

Para pessoas físicas, a principal consequência é a aplicação de multas, que podem variar de acordo com o valor do imposto devido e o período de atraso na declaração. Além das multas, incidem juros sobre o valor do imposto devido a partir da data em que ele deveria ter sido pago. A dívida tributária, composta pelo imposto devido, multa e juros, pode ser inscrita na dívida ativa da União, o que gera restrições ao crédito e outras penalidades.

Em casos de sonegação fiscal, caracterizada pela intenção de fraudar o fisco, o contribuinte pode responder criminalmente, com penas que podem incluir detenção e multa.

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Já para pessoas jurídicas, as multas são geralmente mais elevadas do que para pessoas físicas e podem ser calculadas sobre o valor do imposto devido ou sobre o faturamento da empresa. Os juros incidem sobre o valor do imposto devido a partir da data em que ele deveria ter sido pago. Tratando sobre a dívida tributária da empresa, esta será inscrita na dívida ativa da União, o que pode gerar dificuldades para obter crédito e realizar negócios.

Os sócios da empresa podem ser responsabilizados solidariamente pelas dívidas tributárias da empresa, caso a omissão de rendimentos seja atribuída a eles.

Em suma, as penalidades vão além de multas e juros, podendo comprometer a vida financeira e a reputação do contribuinte ou da empresa. A inscrição em dívida ativa, por exemplo, dificulta o acesso ao crédito e pode gerar restrições para a realização de negócios. Dessa forma, é fundamental que todos os contribuintes estejam cientes das suas obrigações fiscais e procurem orientação profissional para evitar problemas com a Receita Federal. 

Como regularizar rendimentos omitidos em declarações passadas?

Para regularizar rendimentos omitidos em declarações passadas, o contribuinte deve identificar quais valores não foram declarados e em quais exercícios fiscais. Em seguida, procurar um profissional especialista para realizar uma análise detalhada e indicar a melhor forma de regularização. 

A omissão de rendimentos pode gerar bloqueio de bens ou contas bancárias?

A omissão de rendimentos pode sim gerar o bloqueio de bens ou contas bancárias. Essa medida é aplicada quando o contribuinte não regulariza a sua situação fiscal após ser notificado.

Quais são os tipos de rendimentos que devem ser declarados à Receita Federal?

Entre os principais rendimentos que devem ser declarados, destacam-se os salários, pró-labore, aposentadorias, pensões, alugueis, rendimentos de aplicações financeiras, dividendos, e ainda rendimentos de atividades como trabalho autônomo e profissional liberal. 

Como a omissão de rendimentos afeta minha situação fiscal futura?

A omissão de rendimentos pode afetar a situação fiscal futura, resultando em multas, juros, inclusão na malha fina, dificuldades para obter crédito e, em casos mais graves, até mesmo em processos criminais. 

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Conclusão

A omissão de rendimento é uma infração que pode trazer graves consequências fiscais e jurídicas para pessoas físicas e jurídicas. Para evitar problemas com a Receita Federal, é essencial que todos os rendimentos sejam devidamente declarados. Em casos de erro, é possível adotar medidas de retificação, eventualmente conforme deliberações. Para as empresas, a transparência fiscal é ainda mais relevante, considerando os impactos na confiança e na continuidade das atividades. Com a aplicação de tecnologia e práticas de auditoria pela Receita, é fundamental que os contribuintes e as empresas busquem regularizar suas pendências fiscais e adotar boas práticas de conformidade tributária.

Nós da Galvão & Silva estamos prontos para ajudar a guiar você através deste complexo território, assegurando seus direitos e interesses. Entre em contato hoje para uma consulta confidencial e personalizada.

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Revisor
Galvão & Silva Advocacia

Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.

Autor
Daniel Ângelo Luiz da Silva

Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.

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