
Publicado em: 30/03/2022
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Crimes contra a Administração Pública são infrações penais que envolvem condutas que prejudicam o funcionamento do Estado e a confiança da sociedade nas instituições.
A integridade da Administração Pública é essencial para o equilíbrio do Estado e a confiança nas instituições. Quando violada por atos ilegais, o sistema jurídico impõe sanções severas para proteger o interesse coletivo e a ordem pública.
Por envolverem interesses do Estado e da sociedade, os crimes contra a Administração Pública exigem análise técnica e criteriosa. O apoio de um advogado é vital para garantir defesa estratégica e respeito ao devido processo legal.
Quais são os principais crimes contra a Administração Pública?
Os crimes contra a Administração Pública estão previstos no artigo 312 do Código Penal, que tipifica o peculato, além de outros dispositivos que tratam de corrupção, prevaricação e fraude.
Entre os principais crimes, destacam-se:
- Peculato: ocorre quando o agente público se apropria de valores ou bens sob sua responsabilidade;
- Corrupção passiva: caracteriza-se quando o servidor solicita ou recebe vantagem indevida em razão de sua função;
- Corrupção ativa: acontece quando o particular oferece vantagem ilícita a um agente público;
- Prevaricação: consiste em retardar ou deixar de praticar ato de ofício para satisfazer interesse pessoal;
- Concussão: é o ato de exigir vantagem indevida sob ameaça ou abuso de autoridade;
- Fraude em licitações: envolve manipulação de processos licitatórios para obtenção de benefícios ilegais.
Esses delitos possuem impactos jurídicos e reputacionais graves, tanto para o agente público quanto para o particular envolvido. Por isso, buscar orientação jurídica é essencial para compreender o enquadramento legal de cada conduta e evitar que acusações infundadas resultem em prejuízos irreversíveis.
Como funcionam as investigações em crimes contra a administração pública?
As investigações relacionadas a crimes contra a administração pública exigem rigor técnico e observância aos procedimentos previstos em lei, já que tratam de condutas que afetam o patrimônio público.
Esses processos seguem as diretrizes do artigo 6º do Código de Processo Penal, que estabelece os primeiros atos da autoridade policial de uma infração.
Entre as principais etapas da apuração, destacam-se:
- Instauração do inquérito policial: ocorre após denúncia, representação ou quando há indícios suficientes de prática criminosa;
- Coleta e análise de provas: envolve documentos públicos, registros financeiros, perícias e depoimentos de servidores e particulares;
- Atuação conjunta de órgãos de controle: como o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União;
- Relatório final e denúncia: ao término do inquérito, a autoridade policial encaminhará suas conclusões ao Ministério Público, que decidirá pelo oferecimento da denúncia ou arquivamento.
Essas investigações exigem conhecimento técnico e acompanhamento jurídico constante, pois um erro de procedimento pode comprometer toda a apuração. Contar com orientação jurídica é a forma mais segura de garantir que cada etapa seja conduzida dentro da legalidade, preservando direitos e evitando prejuízos processuais.
Quais são as consequências penais e administrativas dos crimes contra a administração pública?
As consequências dos crimes contra a administração pública podem ultrapassar a esfera criminal, afetando também a vida funcional, civil e reputacional do acusado. Por envolver o interesse público, essas infrações são tratadas com rigor pelas autoridades e podem gerar efeitos duradouros.
- Pena de reclusão: imposta conforme o tipo de crime, podendo chegar a mais de 12 anos em casos graves;
- Multa cumulativa: prevista no Código Penal e aplicada proporcionalmente à gravidade do delito;
- Perda da função pública: ocorre após condenação definitiva, atingindo servidores e agentes políticos;
- Suspensão de direitos políticos: prevista na Lei nº 8.429/1992, afeta a elegibilidade e participação pública;
- Impedimento de contratar com o Estado: sanção prevista na Lei nº 12.846/2013, com forte impacto sobre as empresas.
Diante de consequências que podem comprometer o futuro profissional e pessoal, o suporte jurídico adequado é decisivo. Um advogado pode atuar para reduzir impactos e adotar estratégias que resguardem direitos e minimizem danos decorrentes de eventual condenação.
O que fazer ao ser acusado de crime contra a administração pública?
Receber uma acusação de crime contra a administração pública é uma situação que exige serenidade e ação estratégica. A resposta precipitada pode agravar o cenário, enquanto a postura correta desde o início contribui para a defesa técnica e para o respeito aos direitos do investigado.
Entre as principais medidas que devem ser adotadas, destacam-se:
- Evitar declarações precipitadas: qualquer manifestação pública pode ser usada como prova no processo;
- Reunir documentos e provas: registros, comunicações e relatórios ajudam a reconstruir os fatos com precisão;
- Buscar orientação jurídica imediata: o acompanhamento de um advogado especializado é essencial desde o inquérito;
- Respeitar o sigilo do processo: preservar informações evita interferências e protege a estratégia defensiva;
- Cooperar dentro dos limites legais: cumprir determinações judiciais demonstra boa-fé e fortalece a credibilidade.
Diante de uma acusação, o amparo técnico é o principal instrumento para preservar direitos e garantir que o processo siga dentro dos parâmetros legais. O advogado atua como mediador entre o investigado e as autoridades, orientando cada decisão e construindo uma defesa sólida com base em provas e princípios jurídicos.
Quem julga os crimes contra a administração pública?
A competência para julgar crimes contra a administração pública depende de quem praticou o ato e de qual ente público foi atingido. Em regra, esses casos são apreciados pela Justiça comum, mas há exceções constitucionais relevantes.
- Justiça Estadual: julga crimes contra administrações municipais e estaduais;
- Justiça Federal: atua quando o delito envolve bens ou interesses da União (artigo 109, IV, da Constituição Federal);
- Tribunais Superiores: processam autoridades com foro por prerrogativa de função, como ministros e parlamentares;
- Supremo Tribunal Federal: julga o Presidente da República e outras altas autoridades em crimes comuns e de responsabilidade.
Compreender qual instância é competente é essencial para definir a estratégia de defesa. Um advogado experiente em Direito Penal pode orientar sobre o foro adequado e acompanhar o caso desde a investigação até o julgamento.
Como o escritório Galvão & Silva Advocacia pode ajudar em casos de crimes contra a administração pública?
O escritório Galvão & Silva Advocacia atua de forma estratégica na defesa de pessoas físicas e jurídicas investigadas por crimes contra a administração pública, assegurando legalidade e rigor técnico em todas as etapas do processo judicial.
Com experiência consolidada em causas complexas, nossa equipe oferece atendimento sigiloso e personalizado, com foco na proteção dos direitos do cliente e na aplicação das normas penais e administrativas dentro das áreas de atuação do escritório.
Cada defesa é conduzida com ética, técnica e comprometimento, garantindo segurança jurídica e transparência em todo o percurso. Entre em contato e conte com profissionais preparados para representar seus interesses com excelência e responsabilidade.
Dr. Caio de Souza Galvão
Sou advogado, sócio-fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Católica de Brasília e pós-graduado em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes. Iniciei minha trajetória no TJDFT, atuando no 1º Juizado Cível, Criminal e de Violência Doméstica, além de exercer funções como conciliador. Passei pelo TST, TCU e Procuradoria-Geral do Banco Central, onde […]

Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.














