Publicado em: 19/10/2022
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O registro de patente é o procedimento que dá ao inventor o direito exclusivo de explorar comercialmente sua criação por um determinado período. Ele serve como uma proteção jurídica para quem desenvolve soluções inovadoras, evitando cópias indevidas e assegurando retorno sobre o investimento.
A patente é o direito concedido pelo Estado ao autor de uma invenção ou modelo de utilidade. Ela impede terceiros de fabricar, usar, vender ou importar o objeto patenteado sem autorização, durante o prazo de vigência. Ou seja, é uma ferramenta que transforma a inovação em um ativo econômico valorizado.
Registrar uma patente é fundamental para quem deseja garantir a exclusividade sobre o uso comercial de uma invenção. Sem esse registro, qualquer pessoa pode copiar, explorar ou até mesmo registrar sua ideia antes de você. O processo funciona como um escudo contra a concorrência desleal.
Vale lembrar que o registro de patente está regulamentado pela Lei nº 9.279/96, conhecida como Lei da Propriedade Industrial. Essa norma detalha os requisitos para patentear, os prazos e os direitos do titular da patente, sendo o principal marco legal da área.
Patente x Marca: o que as diferencia?
A Lei nº 9.279/1996, que regula os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial no Brasil, diferencia claramente os institutos de marca e patente.
Ambos garantem exclusividade, mas possuem finalidades, objetos e prazos distintos. Abaixo, apresentamos uma tabela simples com as principais diferenças entre eles:
Critério | Marca | Patente |
Definição | Sinal visual que distingue produtos ou serviços (Art. 122) | Título que garante exclusividade sobre uma invenção ou modelo (Art. 6º) |
Objeto protegido | Nome, imagem, logotipo, forma visual distintiva | Invenções e modelos de utilidade com aplicação industrial |
Duração do direito | 10 anos, renovável por períodos iguais (Art. 133) | 20 anos para invenção / 15 anos para modelo de utilidade (art. 40) |
Renovação | Permitida indefinidamente (art. 133) | Não renovável após o prazo legal |
Direitos do titular | Uso exclusivo da marca em todo o país (art. 129 e 130) | Exploração exclusiva e proteção contra uso indevido (art. 42) |
Finalidade | Identificar e diferenciar produtos ou serviços no mercado | Proteger a criação técnica e fomentar a inovação industrial |
Quais tipos de patente existem no Brasil?
No Brasil, existem dois tipos principais de patentes: patente de invenção (PI) e modelo de utilidade (MU). A primeira se refere a soluções técnicas totalmente novas, enquanto a segunda abrange melhorias funcionais em objetos já existentes. Ambas exigem que a criação seja nova, tenha aplicação industrial e envolva atividade inventiva.
O registro de patente de invenção tem validade de até 20 anos, contados da data do depósito. Já o modelo de utilidade possui validade de até 15 anos, nos termos do artigo 40.
“Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito.”
É importante avaliar com cuidado em qual categoria sua criação se enquadra para evitar indeferimentos e retrabalho durante o processo.
Contar com o auxílio de um advogado experiente permite uma análise criteriosa do objeto a ser patenteado. Isso evita perda de tempo com pedidos inconsistentes e aumenta consideravelmente as chances de aprovação junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
Quais são os requisitos para o registro de patente?
A Lei nº 9.279/96 estabelece critérios rigorosos para a concessão de patentes. Os três principais requisitos são: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Isso significa que a invenção não pode ser algo já conhecido, deve representar um avanço técnico e ter utilidade prática.
Se o seu projeto já foi divulgado publicamente, mesmo que por você, ele pode perder a condição de novidade. Por isso, o ideal é buscar o registro de patente antes de qualquer exposição. Outro ponto crítico é a descrição técnica detalhada da invenção, que deve ser redigida de forma clara e objetiva.
Durante o processo de análise, o INPI pode solicitar esclarecimentos ou correções. É nesse momento que o suporte de profissionais com conhecimento técnico e jurídico se mostra essencial.
Como fazer o registro de patente no Brasil?
O primeiro passo é verificar se sua invenção atende aos requisitos legais. Em seguida, é necessário preparar o pedido de patente, que inclui relatório descritivo, reivindicações, desenhos (se aplicável) e resumo. Tudo isso deve ser protocolado junto ao INPI por meio da plataforma online.
Após o depósito, o pedido entra em exame formal, onde são verificados documentos e taxas. Só depois ocorre o exame técnico de mérito, que pode durar anos. Durante esse período, é possível acompanhar o andamento do processo, apresentar recursos e atender exigências do INPI.
Muitos inventores enfrentam dificuldades técnicas e burocráticas ao longo do caminho. Por isso, é recomendável contar com apoio profissional desde o início. Um especialista pode auxiliar na redação do pedido e na estratégia de proteção da invenção, evitando riscos e otimizando resultados.
É possível patentear tudo?
Não. Nem toda criação pode ser protegida por meio de patente. Ideias abstratas, métodos comerciais, teorias científicas, programas de computador em si e obras artísticas não são patenteáveis. Essas exclusões estão listadas no art. 10 da Lei nº 9.279/96, disponível no site oficial do Planalto.
Muitas pessoas confundem o registro de patente com outros tipos de proteção intelectual, como o direito autoral e o registro de software. Cada um desses instrumentos têm finalidades distintas e devem ser utilizados conforme o tipo de criação desenvolvida.
Por isso, é essencial avaliar cuidadosamente se a sua criação se enquadra na definição legal de patente. Caso não se encaixe, há outras alternativas jurídicas para proteger seu projeto. Um bom direcionamento técnico-jurídico pode evitar perdas significativas de tempo e investimento.
Quais os principais erros ao tentar registrar uma patente?
Um erro comum é divulgar publicamente a invenção antes do pedido de patente, o que pode comprometer sua novidade. Outro problema recorrente é a redação inadequada do relatório descritivo, que precisa ser preciso e técnico. Qualquer falha nessa etapa pode comprometer todo o processo.
Outro equívoco frequente é não verificar previamente a existência de patentes semelhantes. O INPI disponibiliza um banco de dados público, mas a análise exige conhecimento técnico. Ignorar essa etapa pode levar ao indeferimento do pedido ou até a questionamentos judiciais no futuro.
Ainda há quem tente registrar sozinho, sem orientação profissional, acreditando que se trata de um processo meramente administrativo. No entanto, o registro de patente envolve aspectos jurídicos e técnicos complexos. O auxílio de um advogado especializado reduz significativamente os riscos e garante maior eficiência.
Como fazer o registro de patente com o suporte do escritório Galvão & Silva Advocacia
Ao longo deste artigo, vimos que o registro de patente é muito mais do que uma formalidade legal: trata-se de uma estratégia de proteção patrimonial, competitiva e jurídica para qualquer negócio inovador. A lei brasileira oferece mecanismos robustos, mas é preciso conhecimento e planejamento para aproveitá-los com segurança.
Se você está pensando em patentear uma invenção ou já começou o processo e precisa de orientação, entre em contato conosco. O escritório Galvão & Silva Advocacia está preparado para te apoiar com experiência, comprometimento e profundo conhecimento técnico.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.