
Publicado em: 08/10/2025
Atualizado em:
Derretimento de COEs é a forte desvalorização dos Certificados de Operações Estruturadas, que provoca perdas expressivas a diversos investidores. Saiba como agir juridicamente contra corretoras e bancos emissores para buscar a reparação dos prejuízos.
Essas perdas financeiras acenderam um alerta sobre a forma como os produtos estruturados são ofertados no mercado. Em muitos casos, a falta de clareza nas informações e a ausência de uma avaliação adequada do perfil do investidor contribuíram para o agravamento dos prejuízos.
Por isso, compreender os direitos de quem aplicou nesses investimentos é fundamental. Com orientação jurídica especializada, é possível identificar falhas de conduta das corretoras e bancos emissores e adotar medidas para buscar a reparação dos danos sofridos.
Entenda o que aconteceu com os COEs da XP e de grandes bancos emissores
Os COEs (Certificados de Operações Estruturadas) são produtos financeiros híbridos que unem elementos de renda fixa e variável. Embora divulgados como investimentos seguros, muitos investidores sofreram perdas expressivas na XP, especialmente em papéis ligados às empresas Ambipar e Braskem.
Na teoria, parte desses produtos prometia “proteção do capital”. Contudo, diversas estruturas possuíam cláusulas condicionais que anulavam essa segurança em casos de forte desvalorização dos ativos, o que levou ao chamado “derretimento dos COEs”.
Casos como esse evidenciam a importância da proteção de investimentos internacionais, que busca garantir mais segurança e transparência nas relações financeiras. O problema revelou falhas no dever de informação e na análise de perfil dos investidores, conforme previsto pela CVM e pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990).
Por que investidores podem buscar indenização?
As perdas com COEs não se resumem a flutuações de mercado. Muitos casos envolvem condutas irregulares de instituições financeiras que violaram o dever de informação e diligência.
Principais fundamentos jurídicos para reparação:
- Violação do dever de informação: omissão de riscos e termos contratuais desfavoráveis;
- Oferta inadequada: produto incompatível com o perfil de risco do cliente;
- Publicidade enganosa: promessa de rentabilidade garantida sem respaldo jurídico;
- Responsabilidade objetiva: conforme o artigo 14 do CDC, o fornecedor responde independentemente de culpa.
Esses elementos são suficientes para fundamentar ações individuais ou coletivas contra corretoras e bancos emissores.
As instituições financeiras respondem objetivamente pelos prejuízos causados aos consumidores em razão de falhas na prestação de serviços, conforme dispõe o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, que estabelece a responsabilidade independentemente de culpa quando há violação do dever de transparência e segurança na relação contratual.
Como reunir provas para uma ação judicial de indenização?
A força de uma ação judicial em casos de COE depende da capacidade de demonstrar a falta de informação e o descumprimento das regras da CVM. Por isso, recomenda-se reunir:
- Contratos, prospectos e lâminas do produto;
- Extratos e comprovantes de aplicação;
- Comunicação escrita ou gravada com assessores;
- Perfil de investidor e questionário de suitability;
- Comprovantes de perdas financeiras.
Essas provas evidenciam a diferença entre o que foi prometido e o que foi efetivamente entregue, além de revelar eventuais falhas de orientação técnica.
Diferenças entre COE garantido e COE de risco
Antes de investir em qualquer produto estruturado, é fundamental compreender as diferenças entre os tipos de COE disponíveis.
Cada modelo apresenta níveis distintos de risco e retorno, o que influencia diretamente a compatibilidade com o perfil do investidor e o grau de proteção do capital aplicado.
Aspecto | COE Garantido | COE de Risco |
Proteção | Garante 100% do capital no vencimento | Pode haver perda parcial ou total do valor investido |
Perfil | Conservador ou moderado | Arrojado e tolerante a perdas |
Rendimento | Limitado e mais previsível | Maior potencial, porém incerto |
Risco | Rentabilidade menor | Possibilidade de perda real |
Mesmo produtos apresentados como “seguros” podem esconder riscos expressivos, sobretudo quando não há transparência na oferta ou quando o investidor não recebe informações adequadas sobre as condições do investimento.
Como é o processo judicial contra corretoras e bancos emissores de COEs?
O processo de responsabilização segue etapas específicas:
- Análise técnica e jurídica do caso;
- Notificação extrajudicial para tentativa de acordo;
- Propositura da ação judicial com base no CDC e nas normas da CVM;
- Fase de instrução probatória com análise documental e pericial;
- Sentença e eventuais recursos.
A depender da prova reunida, o investidor pode obter a restituição integral do valor aplicado, com correção monetária e juros, além de indenização por danos morais quando comprovada a falha na prestação do serviço.
Investidor recupera prejuízo após derretimento de COE
Um investidor buscou o escritório Galvão & Silva Advocacia após perder grande parte de seu capital em um COE vendido como aplicação segura. A corretora havia prometido proteção do investimento, mas o produto sofreu forte desvalorização, gerando prejuízo e dúvidas sobre a transparência da oferta.
A equipe do escritório analisou contratos, prospectos e comunicações com a corretora. Foi constatada falta de clareza nas informações e incompatibilidade entre o produto e o perfil conservador do cliente, evidenciando falha no dever de informação.
Com base na legislação de defesa do consumidor, o escritório ingressou com ação de indenização. O trabalho técnico e estratégico resultou em acordo favorável, assegurando a devolução do valor investido e reforçando o compromisso da equipe com a proteção dos investidores.
Como o escritório Galvão & Silva Advocacia pode ajudar investidores prejudicados?
O escritório Galvão & Silva Advocacia conta com equipe experiente em Direito Bancário e Mercado de Capitais, atuando em casos de prejuízos com COEs e outros produtos financeiros. Nossa abordagem é técnica e voltada à reparação justa e segura dos danos sofridos.
O atendimento é personalizado, com análise criteriosa de contratos, relatórios e comunicações entre cliente e corretora. Trabalhamos com transparência e rigor jurídico, conforme as normas da CVM e do Código de Defesa do Consumidor.
Com ampla atuação em diferentes áreas de atuação, o escritório oferece suporte completo e multidisciplinar. Se você foi afetado pelo derretimento de COEs, entre em contato com nossa equipe e conheça as medidas legais para recuperar seu investimento.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.

Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.