
Publicado em: 22/05/2023
Atualizado em:
O bloqueio judicial em conta corrente é uma medida usada pela Justiça para garantir o pagamento de dívidas confirmadas. Entender quanto tempo ele pode durar e quais medidas tomar é essencial para proteger seu patrimônio e buscar soluções eficazes.
O bloqueio judicial acontece quando a justiça impede o acesso a recursos devido a um processo, geralmente por dívidas já consolidadas. Como envolve o congelamento de valores de pessoas físicas e jurídicas, é um sinal de que a cobrança judicial já atingiu uma fase avançada.
Neste artigo, respondemos às principais dúvidas de clientes sobre o tema, trazendo explicações práticas e orientações jurídicas.
Pode ser feito bloqueio judicial em conta corrente?
Sim. O bloqueio judicial em conta corrente é permitido quando já existe decisão judicial reconhecendo a dívida. Por meio do sistema BacenJud (atualmente Sisbajud), o juiz consegue identificar todas as contas vinculadas ao CPF ou CNPJ do devedor.
Esse bloqueio pode ser total ou parcial, dependendo do valor da dívida e da análise do magistrado. Sempre haverá registro do processo, e o devedor será notificado sobre o motivo e a forma de regularização.
Pode ser feito bloqueio judicial em conta poupança?
O bloqueio judicial em conta poupança também é possível, mas com restrições. O artigo 833, X, do Código de Processo Civil determina a impenhorabilidade até determinados valores. Assim, quantias abaixo desse limite, quando comprovadas, devem ser liberadas.
“Art. 833. São impenhoráveis:
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;[…]”
Entretanto, valores que ultrapassam essa faixa podem ser bloqueados, desde que respeitadas as regras legais e o direito de defesa do devedor.
Bloqueio judicial em conta corrente dura quanto tempo?
O tempo de duração do bloqueio judicial em conta corrente depende do andamento do processo e da decisão do juiz. Em média, a conta permanecerá bloqueada até que haja decisão expressa determinando o desbloqueio.
O artigo 854, §1, do CPC, determina que a indisponibilidade excessiva deverá ser cancelada em até 24 horas pelo juiz. Vejamos:
§ 1º No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
O prazo pode variar de alguns dias até meses, especialmente se houver necessidade de apresentação de documentos, contestação do bloqueio ou negociação de acordo. A atuação de um advogado é fundamental para acelerar o pedido de desbloqueio.
O que deve ser feito quando uma conta é bloqueada?
Ao descobrir uma conta bloqueada judicialmente, significa que as dívidas contraídas impedem o acesso de uma conta bancária, que agora passa pela fase de cobrança do pagamento da dívida obtida.
Mesmo assim, a primeira coisa a se fazer é descobrir onde e o porquê do bloqueio ter sido feito. Para isso, é recomendado verificar extratos bancários em busca das informações da conta, como o número do seu processo, por exemplo.
Com estas informações, é muito importante reunir todos os seus documentos pessoais e bancários relacionados à dívida que contraiu e que causou a conta bloqueada judicialmente.
Por fim, o mais importante é entrar em contato com um advogado especialista em bloqueio judicial de conta, que saiba como te auxiliar neste momento, e esteja disposto a verificar o curso que o bloqueio pode tomar, e as possibilidades de defesa que ainda restam para liberação da conta.
Como é feito o bloqueio judicial?
A conta bloqueada judicialmente vai acontecer por meio de um processo judicial. Assim, o juiz do caso vai solicitar que os valores bloqueados sejam guardados em uma conta judicial junto ao banco conveniado ao sistema judiciário.
O bloqueio tramita pelo Sisbajud, plataforma do CNJ em cooperação com o Banco Central, que direciona as ordens judiciais às instituições financeiras. Por meio de uma pesquisa junto a esse sistema, o magistrado consegue saber todas as contas existentes no CPF ou CNPJ.
Com o resultado da pesquisa, o juiz poderá determinar o bloqueio total ou parcial dos valores em conta, vai depender do valor devido.
Certo é que não acontece bloqueio judicial sem motivação. Cumpre ressaltar que não é possível ser feito pelo banco sem o requerimento de um magistrado.
É necessário ter uma decisão judicial que fundamente o pedido de bloqueio para ser realizado pelo banco. Também, é preciso que o devedor seja notificado de forma prévia sobre o bloqueio, bem como ser informado sobre como é possível regularizar a situação e ocorrer o desbloqueio.
A instituição financeira deverá mencionar todas as informações fundamentais, como o número do processo judicial, o valor bloqueado, por exemplo.
Quais os tipos de contas não podem ser bloqueados?
Cumpre ressaltar que algumas contas são impenhoráveis, ou seja, não podem sofrer bloqueios judiciais. Dentre elas, é possível destacar:
- Contas bancárias com até 40 salários-mínimos (STJ tem entendimento majoritário pela impenhorabilidade de contas bancárias que tenham até 40 salários, assim, ampliou a incidência do artigo 833, X, do CPC).
- Conta com valores de pensão.
- Contas usadas para recebimento de aposentadoria.
- Conta salário (todavia, dependendo da situação poderá ocorrer bloqueio parcial)
- Auxílios ou subsídios do Governo.
Em relação às contas empresariais, há regras específicas para as situações de bloqueio judicial, ou seja, é possível sofrer um bloqueio de forma parcial.
Sendo assim, não serão bloqueados os valores necessários para manter o pagamento dos colaboradores e manter a empresa ativa. Todavia, os demais recursos podem ser bloqueados para cumprimento de ordem judicial.
O que fazer caso tenha dinheiro na conta que foi bloqueada?
Existem casos onde uma conta bloqueada judicialmente contém valores que o titular endividado precisa para seu próprio sustento. Estes valores são chamados de impenhoráveis, e quando são reconhecidos como tal, podem ser devolvidos por uma decisão judicial favorável.
Neste caso, ao descobrir o bloqueio judicial de valores que não podem ser usados para pagamento de dívidas, é fundamental contratar um advogado que prepare sua defesa perante o judiciário, contra esta medida de bloqueio, com provas que indiquem aquele valor, em específico, como necessário para sua sobrevivência.
Mas, é importante comentar que valores impenhoráveis podem, sim, sofrer com medidas de bloqueio. Dependendo do caso, certa porcentagem de um salário pode ser usada para pagamento de dívidas, desde que não sejam tomadas em sua totalidade
Quanto tempo em média demora esse processo e como posso agilizá-lo?
O tempo de duração de uma conta bloqueada judicialmente pode variar, pois depende de diferentes fatores. É necessário considerar que, assim como um bloqueio de contas começa com uma decisão do Poder Judiciário, deve terminar com uma decisão da mesma espécie.
Neste caso, se houver erros ou enganos sobre a conta, ou simplesmente o devedor querer que esta seja desbloqueada, deve conversar com um advogado e entrar com um pedido formal para o desbloqueio.
Apenas após a decisão final do juiz, emitindo a ordem de desbloqueio judicial, é que o banco responsável pela medida será notificado de que as pendências que bloquearam a conta foram quitadas ou resolvidas. Além disso, é possível que o desbloqueio aconteça depois de dias da situação já ter sido resolvida.
Assim, um bloqueio judicial dura até que o juiz do caso decida pela anulação deste processo, enquanto seu desbloqueio só é feito depois que o titular da conta cumprir com as obrigações que foram o motivo do bloqueio, e o juiz notificar a instituição financeira que o desbloqueio foi permitido.
O que fazer para resolver conta bloqueada judicialmente?
É necessário ressaltar que quando o bloqueio é realizado, normalmente, já foi encerrada a discussão acerca da existência da dívida. Nesse momento, já está comprovado que a dívida existe e o que se busca são maneiras de realizar sua satisfação.
É importante contar com o auxílio de um escritório de advocacia com profissionais qualificados e experientes em bloqueios judiciais. O profissional irá orientar sobre seus direitos e deveres.
Normalmente, é válido tentar anular um bloqueio judicial se ele foi realizado de forma inadequada ou se o valor bloqueado é significativo para demandar todo o esforço de um desgaste em âmbito judicial.
Se o seu bloqueio não se enquadra nessas situações, será preciso fazer uma avaliação dos custos e do tempo, para verificar se serão aspectos mais problemáticos do que o bloqueio em si.
Quando ocorre o desbloqueio judicial?
É muito importante alertar que o desbloqueio não vai acontecer de forma automática. O desbloqueio judicial somente vai acontecer quando o débito for quitado e comprovado dentro dos autos.
Dessa forma, o advogado responsável pela defesa do devedor deverá solicitar ao juízo que faça o desbloqueio da conta do seu cliente, bem como anexar os comprovantes de pagamento.
Com a comprovação do pagamento, o magistrado solicitará ao Banco Central que realize o desbloqueio, assim, os bancos serão notificados para que os valores tenham sua liberação realizada.
É muito importante que você não tente resolver o problema sozinho, pois poderá ter mais prejuízos. O bloqueio é uma situação que precisa do auxílio de um profissional capacitado para mitigar maiores problemas em sua demanda judicial.
É possível reverter o bloqueio judicial?
O pagamento dos débitos serve para reverter a situação. Mas, existem casos onde os bloqueios judiciais acontecem por erro ou engano. Assim, é essencial contar com um advogado especializado para resolver essas situações, que podem ser mais complexas.
Um advogado não só solicita ao juiz a reversão do bloqueio, como também contesta interpretações equivocadas da tal medida tomada. Ele pode, por exemplo, buscar um acordo entre as partes envolvidas no processo, o que pode funcionar para um desbloqueio mais rápido da conta, especialmente quando o dinheiro presente é visto como um valor impenhorável.
É possível ocorrer um bloqueio judicial por engano?
Sim, pode ocorrer um bloqueio judicial equivocado e indevido da conta, pois pode acontecer algum erro durante a solicitação do bloqueio ou erro processual.
Exemplificando, caso seja digitado um CNPJ ou CPF equivocado, ocorra algum tipo de erro judicial ou bloqueio de bens que são impenhoráveis (como, por exemplo, conta-salário, aposentadoria, dentre outras), o bloqueio será desfeito, uma vez que não cumpriu os requisitos legais.
É possível consultar como está a situação de um bem que foi bloqueado?
A resposta é sim, é possível verificar a situação de um bem bloqueado no órgão regulamentador e fiscalizador do bem.
Por exemplo, quando se trata de um veículo, é possível averiguar junto ao Detran. Em razão da grande pluralidade de órgãos para cada tipo de patrimônio, é recomendado que você consulte um advogado para saber exatamente como agir, economizando tempo e custos.
O valor bloqueado será transferido para o credor?
Quando um valor é congelado na sua conta, aguardará autorização para que o pagamento seja feito ao credor.
Assim, caso ele ainda não tenha sofrido uma transferência definitiva, é possível que, por meio de requerimento nos autos (com o auxílio de um advogado), consiga cancelar o bloqueio ou a realização do pagamento, se a situação em questão permitir, por exemplo, quando o bloqueio foi feito de maneira errônea.
Qual a importância da assessoria jurídica durante um bloqueio judicial?
Passar por um bloqueio judicial em conta é uma situação complexa e desgastante. Sem conhecimento técnico, a pessoa pode se sentir vulnerável ao não conseguir acessar valores essenciais para sua sobrevivência e, muitas vezes, sem compreender como reverter a medida.
A assessoria jurídica atua desde a análise da origem do bloqueio até a definição das medidas legais cabíveis. Esse acompanhamento especializado garante segurança, reduz riscos e oferece estratégias adequadas para contestar a decisão e buscar o desbloqueio da conta.
Além disso, o advogado pode reunir documentos como extratos e comprovantes que demonstrem a natureza impenhorável dos valores bloqueados. Também pode negociar com o juiz ou com a instituição financeira, acelerando a solução do caso e evitando maiores prejuízos.
Contar com uma equipe jurídica competente proporciona suporte estratégico e informação constante sobre o andamento do processo. Isso ajuda o cliente a entender quanto tempo o bloqueio judicial em conta corrente pode durar em seu caso específico, aumentando as chances de êxito na liberação.
Qual é a área de atuação de um advogado especialista em conta bloqueada judicialmente?
Certo é que a atuação do profissional demandará especialidade em algumas áreas do direito como, por exemplo, Direito Civil, Direito de Família, Direito Contratual, Direito Financeiro.
É muito importante que o profissional tenha muita competência e possua enorme conhecimento sobre a área de sua demanda, para que você tenha o auxílio adequado sobre como, a depender da demanda, se proteger de bloqueios judiciais indevidos ou para conseguir a satisfação do seu crédito por meio de bloqueios judiciais.
Conclusão
Se você leu o artigo até aqui, provavelmente deve estar passando por algum problema judicial envolvendo a busca por bens/dinheiro do devedor ou teve algum bloqueio judicial realizado, esperamos que as informações contidas aqui sejam úteis para sanar suas dúvidas.
As questões envolvendo dívidas são complexas e contam com muitos detalhes, assim, o olhar treinado de um profissional atuante, perspicaz e competente poderá fazer toda a diferença para o êxito na resolução da lide.
Porém, se você ainda tiver alguma dúvida sobre o tema, entre em contato. Nosso escritório, Galvão & Silva, possui atendimento de excelência e profissionais com grande conhecimento e dedicação. Sendo assim, nossos advogados especialistas em questões envolvendo bloqueio judicial, estão ao seu dispor para auxiliar em suas demandas.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.
Pelo que eu entendi lendo o artigo, uma conta bloqueada só será desbloqueada pelo Juíz quando houver a quitação da dívida.
Sendo assim, não tem como recorrer pelo desbloqueio.
Entendo sua preocupação. Para questões específicas como essa, recomendamos que entre em contato com nosso advogado especialista através deste link: https://www.galvaoesilva.com/contato/. Ele poderá oferecer orientações personalizadas para sua situação.
Preciso de ajuda, minha conta foi bloqueada
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