
Publicado em: 01/10/2025
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O banco de horas irregular ocorre quando a compensação de jornada não respeita os requisitos legais, prejudicando o trabalhador e expondo a empresa a riscos trabalhistas.
O banco de horas é um sistema previsto na legislação trabalhista para flexibilizar a jornada, permitindo a compensação de horas extras em dias de folga. No entanto, quando aplicado de forma incorreta, pode gerar sérias consequências, tanto para o empregado quanto para o empregador.
Neste artigo, vamos explicar o que caracteriza um banco de horas irregular, quais são os riscos jurídicos envolvidos e como agir diante de abusos ou falhas na gestão da jornada de trabalho.
Como funciona o banco de horas na prática?
O banco de horas é uma forma de compensação da jornada que permite ao trabalhador acumular horas extras realizadas para, posteriormente, utilizá-las como folgas. Essa prática foi criada pela Lei nº 9.601/1998 e é atualmente disciplinada pela CLT, que estabelece limites e regras específicas.
Na prática, o sistema funciona como um “saldo” de horas. Sempre que o empregado trabalha além do horário contratual, esse tempo é lançado no banco e deve ser compensado em outro momento. A compensação pode ocorrer por acordo individual escrito, convenção ou acordo coletivo.
Quando respeita os prazos e condições previstos em lei, o banco de horas traz benefícios tanto para empresas, que ganham flexibilidade na gestão de jornada, quanto para os trabalhadores, que podem usufruir de períodos de descanso em troca do esforço extra realizado.
Quando o banco de horas é considerado irregular?
O banco de horas pode ser considerado irregular quando não respeita os requisitos da CLT ou da negociação coletiva. Situações comuns incluem:
- Ausência de acordo formal escrito ou coletivo;
- Compensação além dos prazos previstos em lei;
- Registro inadequado das horas trabalhadas;
- Falta de transparência no controle e comunicação ao trabalhador.
Nesses casos, a Justiça costuma reconhecer o direito ao pagamento das horas extras com adicional, mesmo que o empregador alegue que houve compensação.
Quais são os riscos de um banco de horas irregular?
A adoção incorreta do banco de horas pode trazer sérios riscos. Para o trabalhador, significa perda de remuneração pelas horas extras realizadas e desgaste pela sobrecarga de trabalho.
Já para a empresa, os riscos incluem:
- Condenação judicial ao pagamento retroativo das horas extras;
- Multas administrativas aplicadas pelo Ministério do Trabalho;
- Danos à imagem em ações coletivas movidas por sindicatos;
- Aumento de passivos trabalhistas com impactos financeiros relevantes.
Assim, o banco de horas irregular compromete a segurança jurídica e pode gerar custos muito superiores à economia buscada com sua implementação.
Como agir diante de um banco de horas irregular?
O trabalhador que desconfia de irregularidades deve reunir provas como cartões de ponto, escalas, recibos e testemunhos. Com esses documentos, pode buscar o sindicato da categoria ou ingressar com ação na Justiça do Trabalho.
Para as empresas, a melhor alternativa é investir em auditoria interna e consultoria jurídica preventiva. Dessa forma, é possível corrigir falhas, evitar litígios e garantir conformidade com a legislação.
Em ambos os casos, o apoio de um advogado trabalhista é essencial para orientar sobre os riscos, direitos e estratégias jurídicas mais adequadas.
Indústria de energia evita condenação em disputa sobre banco de horas
Uma indústria de grande porte do setor de energia foi acionada na Justiça do Trabalho por um grupo de ex-colaboradores. Eles alegavam irregularidades no banco de horas e pediam o pagamento integral de horas extras com reflexos em férias, 13º salário e FGTS.
A defesa feita pelo escritório Galvão & Silva Advocacia envolveu uma auditoria minuciosa nos registros de jornada e nos acordos coletivos firmados. Foram apresentadas provas técnicas que demonstraram a regularidade da compensação, além de pareceres especializados que reforçaram a validade do sistema de gestão de horas adotado.
Com atuação estratégica, foi possível comprovar em juízo a legalidade do modelo praticado e afastar grande parte das alegações. A decisão reduziu significativamente o risco financeiro da companhia, garantindo a preservação de seu patrimônio e protegendo sua reputação perante investidores e o mercado.
Como o escritório Galvão & Silva Advocacia pode ajudar
O escritório Galvão & Silva Advocacia atua em casos de banco de horas irregular tanto na defesa de trabalhadores quanto na consultoria de empresas que buscam prevenir passivos trabalhistas.
Nossa equipe oferece análise detalhada da documentação, orientação personalizada e representação estratégica perante a Justiça do Trabalho. O objetivo é assegurar que os direitos sejam respeitados e que as empresas estejam em conformidade com a lei.
Se você enfrenta problemas com banco de horas ou deseja avaliar a regularidade do sistema na sua empresa, entre em contato com nossa equipe e conheça nossas principais áreas de atuação no Direito do Trabalho.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.