
Publicado em: 01/10/2025
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O 13º salário é uma gratificação natalina obrigatória, paga em duas parcelas ao trabalhador com carteira assinada. Previsto em lei, garante um reforço financeiro no fim do ano e está diretamente vinculado à proteção social do empregado.
O chamado “salário extra” de fim de ano representa não apenas um benefício para o trabalhador, mas também uma obrigação legal para o empregador. Criado pela Lei nº 4.090/1962, o 13º salário tem por objetivo valorizar o trabalho e contribuir para a estabilidade econômica das famílias.
Neste guia, vamos explicar como funciona o 13º salário, quem tem direito, como calcular, prazos de pagamento e quais as consequências para empresas que descumprem a legislação. Também mostraremos a importância de contar com apoio jurídico em situações de irregularidades.
Por que o 13º salário é um direito garantido por lei?
O 13º salário é considerado um direito fundamental do trabalhador brasileiro porque está previsto em lei desde 1962. A Lei nº 4.090/1962 instituiu a gratificação natalina, obrigando os empregadores a realizar o pagamento proporcional ao tempo de serviço de cada empregado.
Esse benefício foi reforçado pela Constituição Federal de 1988, no artigo 7º, inciso VIII, que o consolidou como cláusula constitucional. Isso significa que o direito não pode ser retirado nem reduzido, mesmo por negociação coletiva ou acordo individual.
Por ser irrenunciável, o 13º salário deve ser pago a todos os trabalhadores formais, garantindo proteção financeira no fim do ano. Além disso, assegura ao empregado estabilidade social, funcionando como instrumento de valorização do trabalho e da dignidade humana.
Quem tem direito ao 13º salário?
O 13º salário é um direito trabalhista universal dentro das relações formais de emprego. Ele alcança diferentes categorias de trabalhadores, garantindo proteção social e equilíbrio financeiro no fim do ano, sempre de acordo com a legislação vigente. Incluindo:
- Trabalhadores urbanos e rurais com carteira assinada;
- Domésticos formalmente registrados;
- Aposentados e pensionistas do INSS (com regras específicas);
- Empregados afastados por acidente de trabalho ou licença-maternidade.
Mesmo os empregados contratados por prazo determinado ou temporários têm direito ao pagamento proporcional ao tempo de serviço. A única exceção é para os contratos totalmente informais, nos quais o trabalhador deve buscar reconhecimento do vínculo para receber o benefício.
Como funciona o cálculo do 13º salário?
O valor do 13º salário é calculado com base na remuneração devida em dezembro de cada ano. O trabalhador tem direito a 1/12 do salário por mês de serviço, incluindo adicionais como horas extras, insalubridade e comissões.
Exemplo: um trabalhador com salário de R$ 3.000,00 que atuou o ano inteiro receberá R$ 3.000,00 de 13º salário. Já quem trabalhou apenas seis meses terá direito a R$ 1.500,00.
Esse cálculo proporcional assegura que todos recebam conforme o tempo efetivamente trabalhado, evitando prejuízos tanto ao empregado quanto ao empregador.
Prazos para pagamento do 13º salário
O 13º salário deve ser quitado dentro dos prazos legais estabelecidos, sob pena de gerar consequências para o empregador. A divisão em duas parcelas foi criada para facilitar o planejamento financeiro das empresas e assegurar que o trabalhador receba o valor integral até o fim do ano. Como demonstrado abaixo:
- Primeira parcela: entre fevereiro e novembro de cada ano;
- Segunda parcela: até 20 de dezembro, com desconto do INSS e do Imposto de Renda, quando aplicável.
O empregador que não cumpre esses prazos está sujeito a multas e ações trabalhistas. Já para o trabalhador, o atraso pode comprometer o orçamento familiar em um período de maior demanda financeira.
Cumprir os prazos é, portanto, essencial para garantir segurança jurídica e equilíbrio financeiro. Mas quando isso não acontece, é importante compreender quais são as consequências do não pagamento e os impactos que podem surgir para ambas as partes.
Quais são as consequências do não pagamento?
O não pagamento do 13º salário é considerado infração trabalhista. Para a empresa, isso pode resultar em:
- Multas aplicadas pelo Ministério do Trabalho;
- Condenação judicial ao pagamento retroativo com juros e correção;
- Ações coletivas e danos à reputação empresarial.
Já para o trabalhador, a ausência do benefício compromete não apenas a renda, mas também sua contribuição previdenciária, já que o 13º integra a base de cálculo do INSS.
Como agir diante de irregularidades no 13º salário?
Quando o trabalhador não recebe o 13º salário corretamente, o primeiro passo é buscar orientação junto ao sindicato da categoria ou registrar denúncia no Ministério do Trabalho. Essas instituições podem intermediar soluções rápidas e fiscalizar a empresa responsável.
É essencial reunir provas como contracheques, comprovantes de pagamento, registros de contrato e até mensagens que demonstrem a irregularidade. Esses documentos fortalecem uma eventual ação judicial e aumentam as chances de sucesso na defesa dos direitos do trabalhador.
Por fim, contar com um advogado trabalhista é fundamental para estruturar o processo e calcular corretamente os valores devidos. A atuação profissional assegura que a lei seja aplicada de forma justa e evita que o trabalhador tenha maiores prejuízos financeiros.
Empresa evita condenação em ação sobre 13º salário
Um grupo empresarial do setor de tecnologia enfrentava uma ação trabalhista coletiva que discutia supostos pagamentos irregulares do 13º salário a executivos de alto escalão. O passivo colocava em risco a estabilidade financeira e a imagem da companhia.
A equipe do escritório Galvão & Silva Advocacia atuou de forma estratégica, reunindo documentos, contracheques e pareceres técnicos que demonstraram a regularidade dos pagamentos. Também foi comprovado que parte das verbas reclamadas possuía natureza indenizatória, não integrando a base de cálculo do 13º.
Com a apresentação consistente das provas e sustentação jurídica sólida, o tribunal afastou as alegações de irregularidade e garantiu a improcedência da ação. A decisão preservou o patrimônio da empresa e evitou repercussões negativas junto a investidores e parceiros estratégicos.
Como o escritório Galvão & Silva Advocacia pode ajudar
O escritório Galvão & Silva Advocacia possui experiência em direito trabalhista, auxiliando trabalhadores em casos de descumprimento do pagamento do 13º salário e orientando empresas na adequação às obrigações legais.
Nosso atendimento é personalizado, com análise detalhada da situação e acompanhamento em todas as etapas. Atuamos para garantir que os direitos do trabalhador sejam respeitados e que as empresas tenham segurança jurídica.
Se você enfrentou problemas com o 13º salário ou deseja prevenir riscos trabalhistas, entre em contato com nossa equipe e conheça nossas principais áreas de atuação.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.