
Publicado em: 09/10/2025
Atualizado em:
As pesadas perdas em COE ocorrem quando o capital investido em Certificados de Operações Estruturadas não alcança o retorno esperado, resultando em prejuízos significativos. Por vezes, isso se deve a riscos mal informados e à complexidade do produto, que não é adequado ao perfil do investidor.
A promessa de um investimento que une a segurança da renda fixa ao potencial da renda variável é muito atraente. Para diversos clientes da XP que aplicaram em COEs, no entanto, o que parecia uma grande oportunidade resultou em prejuízos financeiros enormes.
Se você se sente lesado pela falta de clareza sobre os riscos, saiba que existe um caminho para buscar a reparação dos danos. Este artigo explora as bases legais que protegem o investidor e como a assessoria jurídica especializada pode ser decisiva nesse processo.
A XP falhou em seu dever de informar os riscos?
A principal queixa de investidores com perdas em COEs é a ausência de informação por parte da instituição financeira. Sendo um produto complexo, seus resultados dependem de cenários específicos de ativos internacionais, índices ou moedas, o que nem sempre é bem explicado.
Muitas vezes, a venda foca no “capital protegido”, uma característica válida apenas no vencimento do título. Na prática, isso pode significar apenas a devolução do valor nominal, gerando uma perda real do poder de compra devido à inflação acumulada no período.
Segundo a CVM e o CDC, a corretora deve ser clara sobre todos os riscos, taxas e liquidez, e a falha nisso pode gerar responsabilização judicial pelas perdas. A análise de um advogado especialista é crucial para identificar essas falhas e fundamentar uma ação de indenização.
Quais são os principais problemas relatados pelos investidores?
A frustração com os COEs geralmente se origina de uma desconexão entre a expectativa criada no momento da venda e a realidade do desempenho do investimento. Os relatos de prejuízos apontam para um padrão de problemas que podem configurar má prática por parte da corretora.
Entender esses pontos é o primeiro passo para avaliar se você foi lesado. Os problemas mais comuns incluem:
- Informações incompletas: a omissão de detalhes cruciais sobre os cenários em que o investidor não teria lucro ou até mesmo perderia para a inflação.
- Inadequação ao perfil: a recomendação de um produto estruturado e de alto risco para investidores de perfil conservador ou moderado, violando as normas de suitability.
- Promessas de rentabilidade enganosas: a criação de uma falsa expectativa de altos ganhos, sem dar o devido peso aos cenários de perda ou de ganho zero.
- Falta de liquidez: a dificuldade ou impossibilidade de resgatar o valor investido antes do vencimento sem incorrer em perdas substanciais, algo frequentemente não esclarecido na venda.
- Complexidade do produto: a venda de uma estrutura de investimento de difícil compreensão para o investidor leigo, que confia plenamente na recomendação do assessor.
Esses fatores, quando comprovados, fortalecem a tese de que a instituição financeira agiu com negligência, abrindo um precedente sólido para a busca por reparação judicial.
O seu investimento em COE correspondeu ao que foi prometido?
Para ilustrar a discrepância entre a oferta e o resultado, é útil visualizar como as características de um COE são frequentemente apresentadas em contraste com o que muitos investidores de fato experimentam. Essa comparação ajuda a materializar a falha no dever de informação.
A tabela abaixo demonstra os pontos críticos onde a comunicação pode ter sido falha, levando os clientes a tomarem decisões de investimento baseadas em premissas equivocadas.
Característica | Promessa comum na venda | Realidade para o investidor |
Risco | “Baixo risco, com capital protegido.” | Risco de perda do poder de compra (inflação) e ausência de ganhos por anos. |
Rentabilidade | “Potencial de ganhos da bolsa, sem o risco da bolsa.” | Na maioria dos cenários, a rentabilidade é zero ou muito baixa, não superando a renda fixa tradicional. |
Liquidez | O tema é frequentemente minimizado ou não abordado. | Praticamente nula. O resgate antecipado quase sempre implica em perdas significativas do capital. |
Transparência | “Um produto inovador e exclusivo.” | Estrutura complexa, com taxas embutidas e regras de difícil compreensão para o leigo. |
Analisar o seu caso sob essa ótica pode revelar que a decisão de investir não foi tomada com base em informações completas e transparentes, o que é um direito fundamental de todo consumidor de serviços financeiros.
Qual é o entendimento da justiça sobre casos semelhantes?
O posicionamento da justiça brasileira sobre os deveres das instituições financeiras é consolidado, oferecendo uma base legal sólida para a proteção do investidor que se sentiu lesado. Esse entendimento se apoia em princípios claros e precedentes importantes.
- As instituições financeiras possuem responsabilidade civil objetiva, um entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ);
- Essa responsabilidade tem como fundamento o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que enquadra o investidor como consumidor do serviço financeiro;
- Na prática, a corretora responde pelo dano sem a necessidade de comprovar sua culpa, bastando a existência do defeito no serviço e o prejuízo;
- A venda de um produto inadequado ou com informações falhas é considerada um defeito na prestação do serviço, passível de indenização.
Esse entendimento jurídico robusto fortalece a posição do investidor. Fica claro que a falha da corretora em seu dever de informar abre um caminho concreto para buscar a devida reparação judicial pelos danos sofridos.
Galvão & Silva Advocacia reverte prejuízo com COE e recupera valores para investidor
Recentemente, o escritório Galvão & Silva Advocacia atendeu um cliente que, buscando uma aplicação segura para sua aposentadoria, foi convencido a investir em um COE. A promessa era de “capital 100% protegido com altos ganhos”, mas o investimento não gerou nenhum rendimento.
Nossa equipe jurídica realizou uma análise minuciosa de todo o histórico, incluindo e-mails, relatórios e o questionário de suitability. As provas revelaram que o perfil do cliente era conservador, o que tornava o produto de alto risco totalmente inadequado para ele.
Com base nisso, demonstramos judicialmente a falha no dever de informação e a venda em desacordo com o perfil do investidor. A ação resultou em um acordo favorável, no qual o cliente recuperou o valor investido corrigido monetariamente, revertendo suas perdas.
Como o escritório Galvão & Silva Advocacia pode te auxiliar?
Lidar com a complexidade do direito bancário e do mercado de capitais exige conhecimento técnico e experiência. Um advogado especialista saberá como reunir as provas corretas e construir a argumentação jurídica mais sólida para defender seu caso.
As perdas com COE baseadas em informações incompletas não são um simples revés do mercado, mas uma falha no serviço. O investidor possui direitos garantidos por lei, e a corretora tem o dever de prestar um serviço transparente e adequado ao seu perfil.
Se você sofreu prejuízos, não hesite em proteger seus direitos e buscar a devida reparação. Entre em contato com nossa equipe no escritório Galvão & Silva para uma análise detalhada do seu caso e descubra como podemos ajudá-lo a reverter essa situação.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.

Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.