Artigo 171 do Código Penal: o que é e Quais as Penalizações

Artigo 171 do Código Penal: o que é e Quais as Penalizações

05/09/2023

8 min de leitura

Atualizado em

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O artigo 171 do Código Penal brasileiro define o crime de estelionato, que consiste em obter vantagem ilícita como consequência de causar prejuízo a terceiro, ou seja, por enganar alguém. A pena inclui reclusão de 1 a 5 anos e multa, dependendo das circunstâncias relacionadas ao crime.

No contexto da legislação penal brasileira, o Código Penal desempenha um papel fundamental ao definir e tipificar os diversos crimes cometidos em nossa sociedade. Entre os dispositivos legais que abrangem diversas condutas criminosas, encontra-se o Artigo 171 do Código Penal, que trata sobre o crime de estelionato.

Este artigo traz à tona um conjunto de normas destinadas a coibir e punir práticas fraudulentas que visam obter vantagens ilícitas aos custos do prejuízo alheio. Neste artigo, exploraremos em detalhes o conteúdo do Artigo 171 do Código Penal, entendendo o que ele abrange e as penalizações que podem ser impostas aos infratores.

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O que é o artigo 171 do Código Penal?

O artigo 171 do Código Penal trata do crime de estelionato, que ocorre quando alguém  engana outra pessoa com o intuito de obter benefícios de forma ilegal, causando prejuízo à vítima. Assim o tema é descrito no dispositivo legal: 

Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

O objetivo do referido artigo é, ao tipificar o crime, coibir e punir esse tipo de conduta que prejudica a honestidade nas relações sociais e econômicas. Dessa maneira, a penalização prevista para o estelionato busca não apenas responsabilizar o autor pelo seu comportamento, mas também deter a prática criminosa e proteger a sociedade contra ações fraudulentas que causem prejuízos financeiros.

Quais são os elementos essenciais que caracterizam o crime de estelionato de acordo com o Artigo 171 do Código Penal?

De acordo com o Artigo 171 do Código Penal brasileiro, o crime de estelionato é caracterizado por alguns elementos essenciais que precisam estar presentes para que o delito seja configurado. São eles:

Obtenção de Vantagem Ilícita

O agente precisa obter uma vantagem, seja ela financeira, material ou de qualquer outra natureza, de forma ilícita, ou seja, sem ter direito a tal vantagem.

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Prejuízo Alheio

A conduta do agente deve causar prejuízo a outra pessoa, seja ela física ou jurídica. Esse prejuízo pode ser de ordem patrimonial ou econômica.

Fraude, Artifício ou Ardil

O crime do artigo 171 do Código Penal é cometido por meio de fraude, artifício ou ardil, ou seja, o agente utiliza de enganos, falsificações, simulações ou qualquer outro tipo de manobra fraudulenta para induzir a vítima ao erro.

Dolo

O crime de estelionato é um crime doloso, ou seja, o agente age de forma intencional, com conhecimento da ilicitude de suas ações e com o objetivo de obter vantagem indevida.

Lesão Patrimonial

É necessário que o engano ou fraude empregados pelo agente resultem em efetiva lesão ao patrimônio da vítima, ou seja, em um prejuízo financeiro real.

Caso todos esses elementos estejam presentes em uma situação, é possível configurar o crime de estelionato conforme o Artigo 171 do Código Penal. A análise de cada caso específico levará em consideração a presença ou ausência desses elementos para determinar se houve a infração.

Quais são os diferentes meios e artifícios que podem ser utilizados para cometer o crime de estelionato, conforme o Artigo 171 do Código Penal?

O crime de estelionato, conforme previsto no Artigo 171 do Código Penal brasileiro, pode ser cometido por meio de diversos artifícios e estratégias fraudulentas. Alguns exemplos dos meios que podem ser utilizados para cometer esse crime incluem:

  • Falsificação de Documentos: Utilizar documentos falsos, como identidades, contratos ou procurações, para ludibriar a vítima e obter vantagem ilícita;
  • Simulação: Criar situações fictícias ou falsas representações para enganar a vítima, levando-a a acreditar em uma situação que não corresponde à realidade;
  • Uso de Informações Falsas: Fornecer informações falsas ou distorcidas sobre a própria identidade, sobre produtos, serviços ou circunstâncias para induzir a vítima ao erro;
  • Promessas enganosas: Fazer promessas ou garantias falsas sobre ganhos futuros, benefícios ou recompensas que não serão cumpridas;
  • Ardil ou Engodo: Criar situações fictícias ou artifícios enganosos para iludir a vítima, como armar situações que aparentam veracidade, mas que, na realidade, são fraudulentas;
  • Utilização de Meios Digitais: No contexto moderno, o crime do artigo 171 do Código Penal pode envolver o uso de meios digitais, como phishing (roubo de informações pessoais), golpes virtuais e fraudes online;
  • Falsos Investimentos: Atrair vítimas com propostas de investimentos fictícios ou esquemas de enriquecimento rápido.
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Quais são as penalidades previstas para quem comete o crime de estelionato conforme a legislação do Artigo 171 do Código Penal?

O Artigo 171 do Código Penal prevê as penalidades para quem comete o crime de estelionato. As penalidades incluem pena de reclusão, que pode variar de um a cinco anos, e multa. A pena específica aplicada dependerá das circunstâncias do caso, como a gravidade do crime, os meios utilizados para cometer o estelionato e o prejuízo causado à vítima.

É importante ressaltar que, em alguns casos, as penalidades podem ser agravadas. Por exemplo, se a vítima for idosa, deficiente ou se o agente se aproveitar de posição de confiança, a pena pode ser aumentada. Além disso, se o estelionato for cometido contra entidades de direito público, como instituições governamentais, a pena também pode ser aumentada.

Como provar estelionato em um processo judicial?

Para provar a prática do estelionato, é necessário demonstrar que o acusado usou fraude para enganar a vítima, obtendo vantagem indevida e causando prejuízo. É importante apresentar provas como documentos falsificados, mensagens e depoimentos de testemunhas, além de mostrar a intenção de enganar e, em alguns casos, utilizar laudos periciais. O histórico do acusado também pode ajudar a mostrar um padrão de comportamento fraudulento.

É possível fazer um acordo em casos de estelionato?

O acordo é uma possibilidade nos casos de estelionato. Uma das formas é por meio do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal. 

Esse acordo permite que o acusado se comprometa a cumprir certas condições, como reparar o dano causado, e, em troca, a acusação pode ser suspensa. Essa opção é disponível apenas para crimes que possuem pena mínima inferior a 4 anos e quando o réu não tem antecedentes criminais.

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Como o estelionato é investigado?

A investigação de estelionato começa com a denúncia da vítima na delegacia. A polícia coleta provas, como documentos e registros financeiros, e ouve depoimentos para entender o esquema fraudulento. Documentos são analisados para verificar falsificações e, se necessário, são examinadas contas bancárias para rastrear dinheiro.

Após reunir todas as evidências, a polícia elabora um relatório que é enviado ao Ministério Público, que decide se o caso deve ir a julgamento.

Tem fiança para 171?

Em relação à fiança, ela pode ser concedida, pois estelionato é considerado um crime afiançável. No entanto, a decisão sobre a concessão de fiança pode depender de fatores como a gravidade do crime, o risco de fuga do acusado e o impacto da fraude sobre a vítima.

É possível retirar a queixa de estelionato?

Sim, a vítima pode retirar a queixa de estelionato, mas isso não impede o Ministério Público de continuar com o processo, pois o crime é de interesse público. A retirada da queixa pode influenciar a pena, mas não garante o arquivamento do caso.

Qual a pena para o artigo 171?

Para o crime de estelionato, conforme o artigo 171 do Código Penal, a reclusão é de 1 a 5 anos de prisão, além de uma multa. O tempo de prisão pode ser alterado, dependendo das circunstâncias do caso e de outras questões que o juiz considerar.

Como funciona a representação no crime de estelionato?

No caso do estelionato, a vítima pode fazer uma representação, que é basicamente um pedido para que o processo seja iniciado. Mas, mesmo que a vítima não faça essa representação, o Ministério Público ainda pode decidir seguir com o caso se achar que é importante para a sociedade.

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Conclusão

Em um contexto em que as relações sociais e econômicas são fundamentais, compreender o alcance do Artigo 171 do Código Penal é crucial para a preservação da honestidade e da confiança entre os indivíduos e instituições.

O estelionato, abordado por esse artigo, reflete a seriedade das consequências que a fraude e o engano podem acarretar, causando prejuízos financeiros e sociais consideráveis. A legislação visa, portanto, proteger os interesses das vítimas e da sociedade como um todo, estabelecendo penalidades proporcionais às ações do agente.

No entanto, é fundamental ressaltar que a observância das normas legais e o entendimento dos mecanismos de combate ao estelionato são instrumentos essenciais para a promoção da justiça e da integridade nas interações humanas.

Se você está enfrentando questões legais relacionadas ao tema do Artigo 171 do Código Penal ou qualquer outro assunto jurídico, não hesite em buscar orientação profissional. 

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Autor
Galvão & Silva Advocacia

Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.

Revisor
Daniel Ângelo Luiz da Silva

Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.

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