Publicado em: 25/07/2025
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O ICMBio é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, autarquia federal responsável por proteger a fauna, flora e unidades de conservação no Brasil. Ele atua na preservação ambiental e na promoção do uso sustentável dos recursos naturais.
Ao ser autuado pelo ICMBio, a multa ambiental pode comprometer seu patrimônio e sua liberdade. Saiba como agir juridicamente para se defender com segurança e evitar prejuízos ainda maiores ao seu nome e à sua atividade.
A autuação pode ocorrer por supressão de vegetação, caça ilegal, pesca proibida, construção irregular, entre outras condutas consideradas lesivas ao meio ambiente. Mesmo ações não intencionais podem gerar penalidades graves.
As multas do ICMBio são administrativas, mas possuem força legal e podem se transformar em execuções fiscais. Em alguns casos, vêm acompanhadas de embargos, interdições e até ações penais ou civis públicas. Ocasiões que tornam a defesa técnica indispensável.
Recebi uma notificação: o que isso significa?
A notificação é o primeiro passo do processo administrativo. Ela informa a infração supostamente cometida e concede prazo para apresentar defesa ou regularização da situação. Ignorar esse prazo pode gerar consequências irreversíveis.
É comum que notificações venham com valores altos e termos técnicos difíceis de compreender. Muitos autuados, por medo ou desconhecimento, deixam de exercer seu direito ao contraditório e perdem a chance de reversão.
Essa notificação não é uma sentença definitiva. Trata-se de um ato inicial, que deve ser enfrentado com a apresentação de provas, argumentos técnicos e jurídicos que demonstrem a legalidade ou justificativa da conduta.
Por isso, não assuma culpa automática. A consulta com um advogado especialista em direito ambiental é o primeiro passo para avaliar a consistência da autuação e formular uma defesa sólida.
Quais os riscos de não recorrer da multa do ICMBio?
Deixar de recorrer pode transformar a multa em dívida ativa da União, gerando bloqueios judiciais, protesto em cartório e inscrição no CADIN (Cadastro de Inadimplentes do Governo Federal). Isso afeta diretamente a saúde financeira do autuado.
Além da multa, a pessoa pode sofrer sanções complementares como embargos, apreensão de bens, destruição de estruturas ou suspensão de atividades. De acordo com a Lei 9.605/1998, a partir do artigo 29, essas sanções podem ter repercussão tanto na esfera administrativa quanto penal, exigindo atenção jurídica imediata.
Vejamos exemplos de crimes contra a fauna e flora, respectivamente:
“Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.”
O impacto vai além do valor monetário. Pode prejudicar reputações, impedir concessões ambientais futuras e comprometer financiamentos ou licitações. Tudo isso sem uma análise justa se não houver contestação adequada.
Portanto, recorrer é um direito e uma necessidade. O silêncio ou a demora apenas reforçam a presunção de culpa, mesmo que a autuação tenha sido indevida ou desproporcional.
A importância de uma defesa técnica qualificada
As autuações do ICMBio seguem o rito previsto no Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta os procedimentos administrativos para apuração de infrações ambientais, incluindo prazos, formas de defesa e critérios de aplicação das penalidades.
Responder a um processo do ICMBio exige domínio da legislação ambiental e experiência em processos administrativos. Não basta uma defesa genérica ou improvisada. Sem base técnica, as chances de êxito diminuem drasticamente.
Um advogado especializado deve analisar o auto de infração, identificar irregularidades formais e materiais e verificar a legalidade do procedimento adotado. Pequenos vícios podem anular toda a autuação se bem explorados.
Também é essencial observar se houve abuso de autoridade, excesso no valor da multa ou ausência de dolo na conduta. O devido processo legal garante ao autuado o direito de defesa plena e técnica, desde que corretamente exercido. Com atuação qualificada, é possível buscar a anulação ou, ao menos, a redução da penalidade.
Multa do ICMBio pode ser anulada ou reduzida?
É plenamente possível anular uma multa do ICMBio quando há falhas no processo administrativo ou quando a infração não se comprova. Também é viável solicitar a redução do valor, desde que fundamentado em argumentos jurídicos sólidos.
Fatores como ausência de provas, vícios na lavratura do auto, desproporcionalidade da sanção e falhas procedimentais podem ser usados na defesa. Esses elementos precisam ser identificados e bem explorados na impugnação.
Além disso, há mecanismos legais que permitem a negociação, como os Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), acordos administrativos ou compensações ambientais. São alternativas eficazes que reduzem danos e resolvem o conflito.
O essencial é agir dentro do prazo e com estratégia. Documentação bem organizada e apoio jurídico especializado aumentam exponencialmente as chances de êxito. A omissão, por outro lado, pode fechar portas e agravar os prejuízos.
Casos práticos e erros mais comuns dos autuados
Um erro comum é assinar a notificação sem qualquer ressalva, o que pode ser interpretado como confissão tácita da infração. Outro problema frequente é a perda do prazo para defesa, que elimina a chance de contestar a autuação.
Muitos autuados tentam resolver diretamente com o fiscal ou ignoram o processo, acreditando que ele será arquivado sozinho. Essa postura costuma agravar a situação e dificulta, depois, qualquer tentativa de regularização.
Há casos em que multas superiores a R$ 100 mil foram anuladas por vícios no laudo técnico, ausência de provas ou desrespeito ao contraditório. Já penalidades pequenas se tornaram impagáveis por inércia do autuado.
Cada caso é diferente, mas o padrão se repete: quem age com estratégia e técnica, pode reverter ou reduzir a penalidade. Já quem se omite ou ignora a situação, quase sempre arca com os prejuízos financeiros e jurídicos.
Quando a multa do ICMBio pode ser considerada abusiva?
Nem toda multa ambiental aplicada pelo ICMBio respeita os princípios da legalidade e proporcionalidade. Em muitos casos, o valor imposto não condiz com a gravidade da infração ou sequer há comprovação de que houve dano ambiental.
Multas podem ser consideradas abusivas quando:
- Há excesso no valor aplicado.
- A ausência de dolo na conduta pode invalidar a penalidade.
- O desrespeito ao contraditório e à ampla defesa compromete a legalidade da multa.
- Falhas no auto de infração, como erros materiais ou vícios formais, que são comuns e podem torná-la inválida.
A atuação do fiscal deve seguir procedimentos legais, respeitando os direitos do autuado. Quando isso não ocorre, o processo pode ser impugnado com base em nulidades formais, irregularidades ou ilegalidade da sanção imposta.
Com apoio jurídico especializado, é possível identificar esses abusos e apresentar defesa fundamentada. Essa atuação técnica pode resultar na anulação total da multa ou na significativa redução do valor aplicado.
Como o escritório Galvão & Silva pode ajudar?
O escritório Galvão & Silva Advocacia possui sólida experiência em direito ambiental e defesa contra autuações do ICMBio. Nossa equipe é formada por advogados especialistas em direito ambiental e contencioso administrativo, com atuação em todo o território nacional.
Nossa equipe analisa cada caso individualmente, identifica falhas na autuação, orienta na coleta de provas e elabora defesas administrativas personalizadas. Também acompanhamos possíveis desdobramentos judiciais ou negociações extrajudiciais.Se você foi multado pelo ICMBio, não deixe o tempo passar. Conte com um escritório que alia experiência, técnica e compromisso com resultados. Fale com nossa equipe e receba a orientação certa para proteger seu nome e seu patrimônio.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.