
Publicado em: 16/09/2025
Atualizado em:
O Conselho Federal de Medicina é o órgão que normatiza e fiscaliza a prática médica no Brasil, garantindo ética, qualidade na assistência à saúde e proteção da sociedade, com impacto direto na carreira dos profissionais e na segurança dos pacientes.
O tema é de grande relevância porque o Conselho Federal de Medicina (CFM) não apenas define normas e diretrizes, mas também possui poder disciplinar sobre os profissionais da área. Isso significa que médicos que não seguem suas resoluções podem enfrentar advertências, multas ou até a perda definitiva do registro.
Para o profissional da saúde, conhecer a função do CFM é essencial. O desconhecimento pode levar a consequências sérias, afetando sua carreira, reputação e a confiança da sociedade. Para os pacientes, trata-se de um instrumento de segurança que reforça a credibilidade da medicina no Brasil.
Quem fiscaliza a conduta médica dentro do Conselho Federal de Medicina?
O CFM atua em conjunto com os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Enquanto o Conselho Federal estabelece normas de caráter nacional, os Conselhos Regionais são responsáveis por aplicar e fiscalizar essas regras em cada estado.
Na prática, isso significa que a conduta de cada médico é monitorada principalmente pelo CRM de sua jurisdição, mas com orientação e respaldo do CFM. Essa estrutura de fiscalização garante uniformidade nas decisões e respeito aos princípios éticos da profissão.
A fiscalização abrange desde a conduta em consultórios e hospitais até a publicidade médica, o relacionamento com pacientes e o cumprimento das resoluções emitidas pelo Conselho Federal de Medicina.
Dessa forma, cria-se um sistema sólido de regulação, que busca proteger não apenas os pacientes, mas também os médicos que exercem a profissão dentro da legalidade e dos parâmetros éticos.
Como funciona a fiscalização ética e profissional no Conselho Federal de Medicina?
A fiscalização ética se baseia em normas jurídicas e regulamentares. O Código de Ética Médica é a principal referência, estabelecendo os deveres e limites do exercício profissional. O CFM edita resoluções complementares, que detalham regras para novas áreas de atuação ou condutas específicas.
Essa fiscalização é realizada tanto de forma preventiva quanto repressiva. Preventiva quando promove campanhas educativas e normas claras sobre a conduta profissional. Repressiva quando instaura processos disciplinares diante de denúncias ou irregularidades constatadas.
O médico pode ser investigado por diferentes motivos, como conduta antiética, imperícia, imprudência ou publicidade irregular. Todos esses aspectos estão previstos em resoluções do CFM e no artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal, que garante o livre exercício da profissão, mas condiciona esse direito às exigências legais. Vejamos:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;”
Assim, o modelo de fiscalização busca equilíbrio entre liberdade profissional e responsabilidade ética, assegurando a confiança da sociedade na medicina.
Quais riscos um médico corre se não conhecer as regras do CFM?
O desconhecimento das regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina pode gerar graves consequências para o profissional. Os riscos vão desde penalidades administrativas até repercussões judiciais.
Entre os principais riscos, destacam-se:
- Autuações administrativas por infrações éticas;
- Processos disciplinares que podem levar a advertências públicas;
- Suspensão temporária do exercício da medicina;
- Cassação definitiva do registro profissional.
Essas consequências afetam diretamente a carreira e a reputação do médico. Além disso, a perda do registro impede o exercício da profissão, o que pode comprometer a estabilidade financeira e a credibilidade construída ao longo dos anos.
Portanto, compreender e respeitar as normas do CFM é mais do que uma obrigação legal: é uma garantia de continuidade da carreira e de preservação da confiança dos pacientes.
Quais penalidades podem ser aplicadas pelo Conselho Federal de Medicina?
As penalidades são aplicadas após processo administrativo disciplinar, garantindo ao médico o direito de defesa e contraditório, conforme artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
De acordo com a Lei nº 3.268/1957, que organiza o funcionamento dos Conselhos de Medicina, o médico pode ser submetido a diferentes penalidades, variando conforme a gravidade da conduta. A tabela a seguir sintetiza as principais sanções previstas:
A tabela a seguir resume as principais penalidades:
Penalidade | Descrição | Gravidade da conduta |
Advertência confidencial | Orientação reservada ao médico. | Leve |
Censura confidencial | Repreensão formal sem publicidade. | Moderada |
Censura pública | Repreensão com divulgação oficial. | Moderada/Grave |
Suspensão do exercício profissional | Impede o médico de atuar por tempo determinado. | Grave |
Cassação definitiva do registro | Retirada permanente da inscrição profissional. | Gravíssima |
No caso da medicina, cabe ao Conselho Federal de Medicina e aos Conselhos Regionais regulamentar e fiscalizar esse exercício.
O que acontece quando o Conselho Federal de Medicina identifica infrações?
Quando uma infração é identificada, inicia-se um processo ético-disciplinar. Ele pode ser instaurado por denúncia de pacientes, colegas de profissão, instituições de saúde ou até de ofício pelo próprio Conselho.
Após a instauração, o médico é notificado para apresentar defesa. É nesse momento que a atuação técnica se torna decisiva, pois a ausência de argumentos consistentes pode resultar em sanções severas.
Durante o processo, são colhidas provas documentais e testemunhais. O julgamento ocorre em instância regional, com possibilidade de recurso ao Conselho Federal de Medicina. Esse sistema garante que a decisão final esteja alinhada com a legislação e as diretrizes nacionais.
A tramitação segue regras específicas, previstas tanto na Lei nº 3.268/1957 quanto em resoluções internas do CFM, o que reforça a necessidade de conhecimento técnico para enfrentar tais procedimentos.
Quais são as principais sanções aplicadas em processos ético-disciplinares do CFM?
As sanções mais recorrentes estão relacionadas a falhas éticas e condutas consideradas incompatíveis com a profissão médica.
As principais são:
- Multas e advertências aplicadas em casos de publicidade irregular;
- Suspensão temporária do exercício profissional em situações de imperícia ou negligência;
- Cassação do registro médico em infrações gravíssimas que colocam em risco a vida ou a dignidade do paciente.
Essas penalidades buscam preservar a confiança da sociedade na medicina e coibir práticas que possam comprometer a saúde pública.
O médico deve compreender que, ao se submeter a um processo ético, não apenas sua carreira, mas também sua imagem perante a sociedade está em jogo.
Como um médico pode se defender de acusações no Conselho Federal de Medicina?
A defesa em processos no CFM exige atenção técnica e conhecimento jurídico. O médico deve apresentar provas, documentos e testemunhas que demonstrem a regularidade de sua conduta.
É importante que a defesa observe prazos legais e as normas processuais do Conselho. Entre as estratégias mais eficazes estão:
- Apresentação de laudos e pareceres técnicos que reforcem a conduta médica;
- Análise minuciosa das falhas processuais que possam anular atos administrativos;
- Produção de contraprovas para rebater acusações inconsistentes;
- Fundamentação em dispositivos constitucionais que asseguram ampla defesa.
Essas medidas aumentam as chances de arquivamento do processo ou de redução das penalidades. A ausência de defesa qualificada pode significar perda irreversível da habilitação profissional.
Médico absolvido em processo no CFM após atuação de escritório especializado
Em um caso recente, um médico foi acusado de conduta antiética durante um procedimento hospitalar. A denúncia gerou processo ético-disciplinar, com risco de suspensão do exercício profissional.
A defesa apresentou provas técnicas, laudos periciais e testemunhas qualificadas, que demonstraram a correção da conduta médica. Além disso, foram identificadas falhas na notificação inicial e ausência de fundamentação adequada na denúncia.
O resultado foi a absolvição do profissional e o arquivamento definitivo do processo. O caso reforça como a atuação técnica bem estruturada pode preservar não apenas a carreira do médico, mas também sua reputação perante a sociedade.
Por que o Conselho Federal de Medicina tem impacto direto na sociedade?
O CFM não protege apenas a categoria médica, mas também toda a sociedade. Ao fiscalizar condutas profissionais, assegura que a prática da medicina seja exercida dentro de parâmetros éticos e técnicos.
Isso significa que pacientes recebem atendimento com maior segurança e que práticas abusivas ou desleais são coibidas. Além disso, o Conselho atua como regulador de novas áreas da medicina, acompanhando avanços tecnológicos e científicos.
Assim, a importância do CFM transcende o âmbito profissional: trata-se de uma instituição que garante qualidade na assistência médica e confiança da população no sistema de saúde.
Como o escritório Galvão & Silva Advocacia pode apoiar sua defesa no Conselho Federal de Medicina?
O escritório Galvão & Silva Advocacia possui experiência consolidada em processos ético-disciplinares perante Conselhos de Medicina. A atuação envolve análise detalhada de autos, elaboração de teses defensivas e apresentação de provas técnicas robustas.
O trabalho é realizado com foco na preservação da carreira médica, buscando reduzir ou anular penalidades injustas. Além disso, o escritório acompanha todas as fases do processo, desde a defesa administrativa até eventuais recursos no âmbito judicial.
Com atendimento personalizado, o escritório Galvão & Silva Advocacia oferece segurança jurídica e suporte estratégico para médicos que enfrentam acusações no Conselho Federal de Medicina. Para mais informações e orientação qualificada, fale conosco e assegure que seus direitos sejam plenamente respeitados.

Daniel Ângelo Luiz da Silva
Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo revisado por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.